Esse plano é simples. A União Europeia não pode levantar impostos em nome próprio, mas a Comissão Europeia pode cobrá-los para os estados-membros. Numa época saturada por pequeno e médios escândalos, é de esperar que os grandes e verdadeiros escândalos passem despercebidos. Falemos hoje, como prometido, das multinacionais que fogem legalmente a pagar impostos nos países onde realizam as suas transações. Não há como escamotear a dimensão do roubo. Falamos de multinacionais que beneficiam de investimento público na tecnologia e na investigação, que beneficiam de consumo privado em todos os nossos países, que na União beneficiam de um mercado único de 500 milhões de consumidores. Falamos de empresas que — no caso do setor financeiro — têm beneficiado de resgates pagos pelo trabalhador e contribuinte com cortes de salários e subidas de impostos. Falamos de um rombo anual de centenas de milhares de milhões de euros. O escândalo não é só financeiro, mas moral.