Leituras do dia 26.08

1 – Artistas e intelectuais estrangeiros divulgam carta contra impeachment de Dilma (Revista Fórum) “Assinam a carta nomes do cinema, da música e da academia como o ator Viggo Mortensen, de “O Senhor dos Anéis”, o músico Brian Eno, o cantor Harry Belafonte, cineasta Oliver Stone, a escritora Naomi Klein, o intelectual Noam Chomsky ou ainda o ator Danny Glover. Além dos artistas e intelectuais, um grupo de organizações norte-americanas divulgou um comunicado com o mesmo tom de protesto contra o processo de impeachment no Brasil. Assinam o documento, ao todo, 44 organizações trabalhistas e sociais, entre elas a poderosa central sindical AFL-CIO, que tem mais de 12 milhões de membros.” https://www.brasildefato.com.br/…/artistas-e-intelectuais-…/ 2 – British Muslims marched off Easyjet flight after WhatsApp messages mistaken for ‘Isis material’ (Caroline Mortimer) “Sakina and Ali said they had travelled to Iraq to take part in a sponsored walk to raise money for Isis’ victims. They claimed the officer said he had already done full checks on their travel history when the allegations came to light and they had all come back clear but that he would be doing “more research”. He allegedly said that if anything came up he would be “waiting for them” when they returned, but they were not questioned again at Stansted at the end of their holiday on 20 August. Maryam said they were eventually allowed to go back on board with an apology for the “inconvenience”, but that it was “humiliating” to walk through the plane afterwards.” http://www.independent.co.uk/…/british-muslims-isis-materia… 3 – Tory dream of a short, sharp Brexit (Tom Mctague, Christian Oliver e Hans Von Der Burchard) “A government minister, speaking on condition of anonymity, agreed. “She is taking a direct involvement at a much earlier stage,” he said. “It is very Thatcheresque. Number 10 will be considerably better informed than it was before. The previous regime would only really get involved in the later stages”.” http://www.politico.eu/…/tory-dream-of-a-short-sharp-brexi…/

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Inumanidade diplomática?

A minha crónica de hoje no Público e a última da semana, sobre o caso de Ponte de Sor – Inumanidade diplomática? “A imunidade diplomática faz sentido. Mas a visão tradicional dela é demasiado tributária da ideia de que os direitos dos estados vêm antes dos direitos das pessoas (porque os estados são donos das pessoas e não vice-versa). E essa ideia é basicamente incompatível com outra versão do direito internacional baseada na primazia dos direitos humanos e da dignidade individual. Um cidadão foi espancado e quase morreu. Deixar esse crime impune não faria nada pelo reforço das relações entre estados e só ajudaria a cristalizar a ideia de uma certa frieza e inumanidade diplomática. Portugal fez bem em pedir ao Iraque o levantamento da imunidade diplomática dos seus dois cidadãos, mas deve estar preparado para levar o seu empenho mais longe — dentro e fora de portas — caso esse pedido não tenha resposta positiva.”

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Leituras do dia 25.08

1 – ‘Mr Brexit’ meets Mr Brexit: Nigel Farage to stump with Trump (Tom McCarthy, Ben Jacobs, Heather Stewart e Dan Roberts) “The Trump campaign confirmed that Farage would appear with Trump at an evening rally in Jackson, Mississippi, to tell US voters “the Brexit story” of how he triumphed over the electoral odds. Farage will not endorse Trump. Trump hopes to ride to victory a populist wave of nationalist enthusiasm comparable to the movement behind Britain’s June vote to leave the European Union. As leader at the time of Ukip, Farage was a key promoter of the Brexit.” https://www.theguardian.com/…/nigel-farage-donald-trump-mis… 2 – 12 ways to make it look like Brexit has happened (Jon Worth) “You’ve seen the Red Tractor on products in the UK, indicating the product was farmed in the UK. But why not go further? Make it clear there is no ban on bendy cucumbers by introducing a special label promoting bendy British farm produce! (note: the EU law on bendy veg was abandoned in 2008 – doesn’t stop the UK press going on about it though. Perhaps a label might?)” https://jonworth.eu/12ways/ 3 – Most Americans Aren’t Middle Class Anymore (Ben Casselman) “First of all, it’s important to note that the middle class is shrinking not just because more people are poor but also because more people are rich. The share of Americans that are in high-earning households, those with more than double the median income, has grown by seven percentage points since 1971. The share of low earners, those earning less than two-thirds the median, has grown just four percentage points. In fact, what Pew calls the “hollowing of the American middle class” is even starker than that: Most of the growth has come at the extreme bottom and top of the income spectrum. In other words, the shrinking of the middle class is less about decline than polarization.” http://fivethirtyeight.com/…/most-americans-arent-middle-…/… 4 – Burkinis : Estrosi menace les internautes qui montrent les policiers en action (Guillaume Champeau) “On y voit quatre policiers qui obligent une femme allongée sur la plage de Nice à retirer sa tunique et donc à laisser apparaître un corps qu’elle préférait dissimuler, pour des raisons qu’elle seule peut affirmer.” http://www.numerama.com/…/191021-burkinis-estrosi-menace-le…

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A impotência dos poderosos

A minha crónica de ontem no Público – A impotência dos poderosos “A explicação para o poder das ideias é simples. As ideias são poderosas quando atraem gente para aquilo a que poderíamos chamar “objetos de desejo político”. Coisas que as pessoas querem conquistar em comum. A democracia europeia, objeto do Manifesto de Ventotene, continua por cumprir. Voltemos a propô-la, como a Europa Social, uma segurança social europeia, impostos às multinacionais para apoio reforçado aos hospitais, às universidades e à investigação — tudo o que possa apaixonar as pessoas e fazê-las querer ter um futuro comum. A diferença em relação a Renzi, Merkel e Hollande é impressionante. Os líderes dos três maiores países fundadores da UE são poderosos, mas não têm qualquer ideia de futuro. Receiam a democracia em casa, e temem a democracia no continente. Não comunicam paixão, não têm sonhos, não partilham com os seus concidadãos objetos de desejo político. É, no fundo, essa a explicação para a impotência dos poderosos: como de costume, está tudo na cabeça.”

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Falemos do MPLA

A minha primeira crónica da semana é sobre a participação dos partidos portugueses no congresso do MPLA. “Por incrível que pareça, todos aqueles partidos, do comunista ao democrata-cristão, do que defende o socialismo democrático ao que favorece as políticas de austeridade estão a tentar convencer-nos de uma coisa impossível: que todos eles têm afinidade ideológica com o MPLA. Isso só poderia querer dizer que o MPLA não tem ideologia — o que é capaz de ser bem verdade. Ou teremos então de passar a uma segunda hipótese: estes partidos portugueses estão a dizer-nos que se revêem nos métodos do MPLA. Como entre esses métodos estão a opacidade no poder, a confusão entre o público e o privado, o desrespeito pela separação de poderes, o branqueamento da corrupção — esta hipótese não é nada menos do que assustadora.” Leia mais em Falemos do MPLA

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Leituras do dia 22.08

1 – O gesto do atleta etíope que lhe pode custar a vida (Jornal i) ““Talvez seja morto quando chegar, ou então preso. Também posso ser detido no aeroporto ou forçado a mudar de país”, termina.” http://ionline.sapo.pt/521159 2 – First-ever married same-sex couple to play together in Olympics wins gold ( Cyd Zeigler) “Helen Richardson-Walsh and Kate Richardson-Walsh of Great Britain made history last Saturday when they took the field for their first match of the Rio Olympics, becoming the first married couple to play together on the same team at an Olympics. Great Britain won the match over Australia, 2-1.” http://www.outsports.com/…/married-couple-olympics-richards… 3 – Os portugueses e as Nações Unidas (Francisco Seixas da Costa) “A história da relação portuguesa com a Organização das Nações Unidas (ONU) é complexa e interessante.Os equilíbrios internacionais posteriores à 2ª Guerra mundial não permitiram que Portugal, sob ditadura, integrasse a Organização desde o seu início. Curiosamente, isso não iria aplicar-se à entrada portuguesa para a NATO, onde o “mundo livre”, pelos vistos, não teve reticências em incluir Portugal como país fundador.” http://www.dn.pt/…/os-portugueses-e-as-nacoes-unidas-535018…  

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Teodósio das Neves

A minha última crónica da semana no Público é sobre César das Neves, Michael Phelps, os Jogos Olímpicos e o menino do Lapedo. “Michael Phelps teve um problema de depressão e alcoolismo há uns anos, de que recuperou, permitindo-lhe regressar de forma feliz, tanto quanto é possível ver, nestes Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Um cronista mais ajuizado talvez suspendesse o seu julgamento perante coisas tão pessoais como a depressão e a dependência de uma pessoa que só conhece pela televisão. César das Neves, não. Imbuído de um certo espírito de caridade e obedecendo de forma pessoalíssima à injunção de não atirar a primeira pedra, limita-se a declarar que Phelps é “um monstro, no sentido próprio do termo”; que “só pode ser uma pessoa altamente desequilibrada” cuja personalidade terá sido deformada por ter passado vários anos “focado numa única tarefa repetitiva” de “esbracejar e espernear dentro de água” com o objetivo de atingir marcas que “são não apenas imorais, pelos efeitos horríveis que têm nas suas vítimas, mas, neste caso particular, abertamente ilegais”. O que quer que isto signifique. Mais do que um profissional, proclama finalmente César das Neves, Phelps é “um obcecado”, transformado — como os outros atletas olímpicos — pela “ânsia por espectáculo, fama e dinheiro”. No fundo, “apenas um exemplo do materialismo boçal desta era de extremos, que seca tudo à sua volta”. Houve quem ficasse boquiaberto com a crónica de César das Neves. Houve quem ficasse chocado. Eu confesso-me fascinado. É raro um historiador poder encontrar uma relíquia como esta, este vestígio intacto do pensamento de outras eras, esta espécie de menino do Lapedo do intelecto.” Leiam tudo aqui: Teodósio das Neves 

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Leituras do dia 19.08

1 – Burqini não, surfqini sim? (Fernanda Câncio) A burqa e o niqab estão desde 2010 proibidos nas ruas de França e desde 2004 o mero hijab é proibido nas escolas públicas a estudantes (exceto na universidade) e nos serviços públicos a funcionárias. A proibição, porém, é igualitária: abrange todos os outros sinais exteriores de religiosidade, como a quipá judaica ou crucifixos ostensivos. E, mesmo se discutíveis, as referidas leis alicerçam-se em direitos fundamentais de terceiros: à segurança no primeiro caso (por se ocultar o rosto); ao livre desenvolvimento da personalidade (das crianças) e a não se ser alvo de proselitismo por parte do Estado no segundo. Já os regulamentos agora surgidos em cidades balneares francesas – e avalizados pelo PM Valls – com a ostensiva intenção de proibir o burkini mais não são do que histeria, perseguição e xenofobia disfarçadas de laicidade e feminismo. http://www.dn.pt/…/in…/burqini-nao-surfqini-sim-5345841.html 2 – Donald Trump Aide Paul Manafort Scrutinized for Russian Business Ties (Tom Winter e Ken Dilanian)

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Para Marco Fortes

Há duas olimpíadas, Portugal não estava a ganhar muitas medalhas e o pessoal, zangado, descarregou num dos nossos melhores atletas por ele ter dito… a verdade: que de manhã as suas pernas não funcionavam bem e que a experiência dos Jogos Olímpicos era fantástica mesmo só pela participação. Não sei se se lembram, mas a indignação foi tanta que o puseram de volta para casa com um bilhete comprado expressamente para o efeito. Essa foi a crónica que então escrevi, e uma das minhas de que mais gosto. Para mim, Marco Fortes é até hoje o símbolo do espírito olímpico injustiçado. *** Oh meu Zeus, meu Zeus, vejam como estou indignado. Estou indignado, indignadíssimo!, com Marco Fortes, atleta português do lançamento do peso. Ao comentar o seu fraco desempenho nos Jogos Olímpicos, Marco Fortes reconheceu que o seu corpo não responde tão bem de manhã: “De manhã é para estar na caminha – eu queria esticar as pernas mas elas só queriam estar na caminha.” Que é isto?! Em toda a minha vida, só ouvi um português dizer que “de manhã não funciono”: Sousa Franco. E foi preciso ter sido ministro das Finanças duas vezes, presidente do Tribunal de Contas – um homem sério, portanto -, para poder afrontar esse tabu. Mas Marco Fortes fez pior:

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A esperança da audácia

A minha crónica de ontem no Público é sobre o que tem feito a UE e não sai nos jornais portugueses. “Esta realidade, porém, esconde uma outra em que os cidadãos têm mais poder do que imaginam. Não há muitas regiões do globo em que um cidadão individual possa levar uma companhia como a Facebook ao Tribunal de Justiça da UE (depois de uma longa via sacra pelos tribunais nacionais, como aconteceu com o jovem austríaco Max Schrems) e ganhar o caso. Pela primeira vez, também, grupos de cidadãos em França e na Alemanha tentam levar a Volkswagen ao mesmo tribunal, no que seria na prática um primeiro exemplo de “ação coletiva” europeia. O acesso à justiça europeia e a democratização das instituições da UE são as reformas de que precisamos para recuperar o poder que perdemos e até ganhar aquele que nunca tivemos: o de vergar as multinacionais através da cidadania europeia. Difícil, mas possível.” Leia a crónica completa em A esperança da audácia  

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