Contra o irreversível

A abertura para uma política diferente existe: juntar a estratégia da administração da TAP, as necessidades do país e a importância que os portugueses dão à companhia para avaliar que apoio público, e para quê, poderia ajudar a cumprir com os nossos objetivos comuns para os próximos dez anos. Ainda é possível fazê-lo, mas só se a sociedade conseguir impedir esta privatização apressada que causará um dano irreversível a Portugal. Como milhares de outros portugueses, pontuei as minhas festas com idas ao aeroporto, para buscar e levar parentes queridos. Na despedida, o que mais custou foi ouvir a pergunta: “achas que um dia podemos voltar para viver cá?” Enquanto as coisas se mantiverem como estão, dificilmente poderemos dizer às nossas várias diásporas — aos que se doutoraram lá fora, aos que viram o seu negócio falir cá dentro, passando pelas enfermeiras e pelos desempregados que deixaram de esperar — que é seguro voltarem porque o país está não só a crescer, mas sobretudo a adquirir o nível de desenvolvimento que lhes permitiria trazerem para cá as suas famílias num plano de longo prazo. Poderemos conseguir inverter a tendência das políticas atuais; só aí, verdadeiramente, responderemos à outra pergunta que

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Está tudo perdoado

A minha crónica de hoje no Público: A resposta que o Charlie deu ao ataque de foi alvo é, em si, um tratado de filosofia moral, e de religião também. Mas, como todas as coisas que atingem este nível de desconforto, profundidade e risco, não há muitas palavras a acrescentar. Por isso vai hoje uma crónica curtinha, para poder acomodar a ilustração em causa e dizer o quanto a admiro. Para ler a crónica completa click em Está tudo perdoado

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O Arúspice

A certa altura Mario Draghi refere-se às suas obrigações e responsabilidades, e o jornalista diz-lhe que “esse discurso é demasiado prussiano para um italiano”, ao que Draghi replica que “cumprir com as suas obrigações não é uma peculiaridade dos alemães”. Nestes dias de começo do ano cabia aos Antigos ler o futuro nas entranhas dos animais (havia uma profissão para isso, o Arúspice). A nós calha-nos tentar decifrar os discursos e entrevistas de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu. As peças em análise são duas, ambas publicadas no segundo dia do ano: um artigo de opinião, intitulado “Estabilidade e properidade na zona euro”, e uma entrevista concedida ao jornal económico alemão Handelsblatt. Para tornar a nossa tarefa mais difícil, o artigo de opinião de Mario Draghi

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O fanatismo

Minha crónica de hoje no Público: “Era preferível que não houvesse fanáticos, e que não tivesse de haver mártires pela liberdade. Mas havendo, é importante lembrar sempre que o amor é mais forte do que o ódio, como pôs na sua capa o Charlie Hebdo. Porque o amor é um amor de riso e de liberdade. E por isso os corações de todas as pessoas de bem de todo o mundo estiveram ontem juntos, em Paris, na Praça da República, ali onde leva o Boulevard Voltaire.” Acesse a crónica completa em O fanatismo .

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Tudo em aberto

Chegou o momento de todos os poderes na Europa reconhecerem o óbvio: cinco anos desta insanidade política e económica na União criaram um eleitorado firmemente anti-austeridade, mais ainda nos países que mais sofreram. Esse eleitorados não são anti-euro nem anti-europeus. Pelo contrário, são cidadãos que querem um modelo dedesenvolvimento para os seus países que passe pela valorização, e não pela desvalorização. Como os revolucionários franceses, que começaram um calendário novo a partir do ano Iº da República, em 1792, poderíamos dizer que estamos no ano Vº da Austeridade. Quando os gregos forem às urnas, no próximo dia 25 de janeiro, estaremos a quase cinco anos da aprovação do primeiro pacote de austeridade, nos inícios de fevereiro de 2010. Foi o primeiro ato de uma política coordenada entre todos os governos da zona euro e centralmente implementada, sem descanso e sem piedade, nos países periféricos, através da troika. Foi também um enorme fracasso:

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Contra o irreversível

Minha crónica de hoje no Público: Contra o irreversível  – “A abertura para uma política diferente existe: juntar a estratégia da administração da TAP, as necessidades do país e a importância que os portugueses dão à companhia para avaliar que apoio público, e para quê, poderia ajudar a cumprir com os nossos objetivos comuns para os próximos dez anos. Ainda é possível fazê-lo, mas só se a sociedade conseguir impedir esta privatização apressada que causará um dano irreversível a Portugal.”    

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O fim não está próximo

Sempre estranhei que se pudesse tentar mobilizar gente com discurso apocalíptico: o planeta vai acabar, a democracia vai acabar, o estado social vai acabar. Não que, a manterem-se as tendências atuais, tudo isto nãopossa ser verdade. O problema está na diferença de escala entre cada um de nós e o conjunto das restantes coisas. Nós duramos pouco tempo; o planeta estava aqui antes de nós e ficará talvez para depois. A nossa história parece insignificante quando comparada com a História a que teimosamente pomos uma maiúscula para ficar maior ainda. Algumas pessoas podem angustiar-se com o resultado final. Para a maioria, parece que contamos demasiado pouco, quase nada, para podermos fazer a diferença. E passa-se o mesmo quando passamos para a escala intermédia. Nós somos pequenos, a crise é grande. Se nos parece que a economia está contra nós e o caos do país é demasiado grande para organizar, a reaçãonatural é de desistência. Que poderíamos nós fazer? A mudança parece demasiado difícil, demasiado longínqua, demasiado complexa, demasiado arriscada para que a tentemos sequer. Se o fim está próximo, já não dá tempo, já não vale a pena, já não conseguimos. Uns deprimem, outros desistem, outros vão cuidar da vida.

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O Arúspice

Minha crónica de hoje no Público: “No meio de toda esta racionalidade, há uma coisa curiosa. A certa altura Mario Draghi refere-se às suas obrigações e responsabilidades, e o jornalista diz-lhe que “esse discurso é demasiado prussiano para um italiano”, ao que Draghi replica que “cumprir com as suas obrigações não é uma peculiaridade dos alemães”. Para ler a crónica completa, click em O Arúspice

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Tudo em aberto

Minha crónica de hoje no Público: “Chegou o momento de todos os poderes na Europa reconhecerem o óbvio: cinco anos desta insanidade política e económica na União criaram um eleitorado firmemente antiausteridade, mais ainda nos países que mais sofreram. Esse eleitorados não são antieuro nem antieuropeus. Pelo contrário, são cidadãos que querem um modelo de desenvolvimento para os seus países que passe pela valorização, e não pela desvalorização.” Para ler a crónica completa, click em Tudo em aberto  

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O fim não está próximo

Minha crónica de hoje no Público: “Muito do que era impossível tornou-se possível. Afinal era possível viver — e confortavelmente — sem escravizar o nosso próximo. Há cem anos, pertencer a um sindicato poderia ser arriscado; entretanto, países e indústrias inteiras aprenderam a negociar salários e tempos de descanso com os sindicatos — e a prosperar por isso. Onde era impossível viver sem um monarca absoluto comemora-se hoje já dois séculos das primeiras constituições. Onde o povo não estava preparado para viver sem um homem forte comemoram-se as primeiras gerações nascidas em democracia.” Para ler a crónica completa, click no link O fim não está próximo

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