A abertura para uma política diferente existe: juntar a estratégia da administração da TAP, as necessidades do país e a importância que os portugueses dão à companhia para avaliar que apoio público, e para quê, poderia ajudar a cumprir com os nossos objetivos comuns para os próximos dez anos. Ainda é possível fazê-lo, mas só se a sociedade conseguir impedir esta privatização apressada que causará um dano irreversível a Portugal. Como milhares de outros portugueses, pontuei as minhas festas com idas ao aeroporto, para buscar e levar parentes queridos. Na despedida, o que mais custou foi ouvir a pergunta: “achas que um dia podemos voltar para viver cá?” Enquanto as coisas se mantiverem como estão, dificilmente poderemos dizer às nossas várias diásporas — aos que se doutoraram lá fora, aos que viram o seu negócio falir cá dentro, passando pelas enfermeiras e pelos desempregados que deixaram de esperar — que é seguro voltarem porque o país está não só a crescer, mas sobretudo a adquirir o nível de desenvolvimento que lhes permitiria trazerem para cá as suas famílias num plano de longo prazo. Poderemos conseguir inverter a tendência das políticas atuais; só aí, verdadeiramente, responderemos à outra pergunta que