Portugal deve estar na primeira linha da inovação política na União: propondo um pacto democrático aos outros estados-membros para legitimar eleitoralmente a Comissão Europeia, e elegendo dentro de fronteiras os seus representantes ao Conselho da UE, enquanto assembleia legislativa, não esperando por ninguém enquanto faz o que lhe é possível para a aproximar de um senado eleito. O escritor italiano Italo Calvino escreveu uma vez um texto chamado “seis propostas para o próximo milénio”. Na crónica de passada semana, e na de hoje, vou muito menos longe. O milénio do título está ali para lembrar que Portugal está aproximar-se dos seus novecentos anos, e que os filhos dos portugueses que nascerem agora são bem capazes de chegar ao mil anos do país, se o país — que certamente está a passar um momento muito difícil — chegar lá também. É aqui ao virar da esquina, e um momento apropriado para pensar a sociedade e o país (na última crónica) na Europa e no mundo, com mais três reflexões soltas.