Agradecimentos, desculpas e tal

Em primeiro lugar, agradecimento ao meu amigo Zé Nuno, que é um habitual mago das coisas informáticas e gajo tão mas tão porreiro que está sempre a ser cravado pelos amigos para ajudar nos blogues e nos sites caseiros, ele que tem de ganhar a vida com isto. Tem sido ele a dar-me aqui uma mãozada preciosa neste blogue, que ainda não está como queremos mas mais vem a caminho. Foi ele que postou o primeiro vídeo desta viagem a Chicago, e em princípio será ele a postar os próximos, portanto um abraço Zé Nuno. A propósito de vídeos, só uma coisinha: eu sou um bocado nabo nisto. Texto, desenrasco-me. Fotografias, gosto de as fazer. Agora video — nem por isso. Tolerem portanto as imperfeições que isto vai sendo afinado com os tempos. Hoje o dia foi passado no South Side de Chicago, e meteu música, basebol e conversas avulsas. Tenho de tomar nota disto tudo para o texto do Público, antes que me esqueça, e já venho aqui contar. Entretanto, há novas fotos aqui, incluindo já o South Side (são as últimas vinte ou assim). Vão lá dar uma olhada.

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Chicago – primeiras fotos

Uma selecção de fotos do primeiro dia aqui. A galeria será actualizada. Na minha página do flickr irei também acrescentando fotos. E quando puder irei postando algumas aqui.

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Chicago – primeiras notas

O South Side de Chicago é a zona pobre — e negra — da cidade. Foi para aqui que Barack Obama veio trabalhar em meados dos anos oitenta como um misto de animador cultural e assistente social. Era um bicho estranho: ao contrário da maioria dos habitantes destes bairros, Obama não é descendente de escravos, foi criado pelos seus avôs brancos, era um intelectual que passados três anos saiu para fazer o seu doutoramento em Harvard. Aos olhos dos seus compatriotas, contudo, ele era “mais um negro” — e é o próprio a contar nos seus livros que veio para aqui entender o que isso queria dizer. Mas para compreender a carreira política de Barack Obama temos de vir para outro bairro — Hyde Park — para onde ele se mudou quando regressou a Chicago, e onde ainda vive hoje. Embora tecnicamente parte do South Side, é um bairro onde vive a classe média negra da cidade e alguma classe média branca. É o bairro onde moram muitos dos seus ex-colegas da Universidade de Chicago. E é o bairro onde ele começou a encontrar aliados para uma carreira política, — não só gente que votasse nele, mas que financiasse as campanhas sem as quais a política americana não existe. O atractivo eleitoral de Obama era este: o candidato em quem os negros confiavam e de que os brancos não desconfiavam — ou será ao contrário? O candidato que tinha trabalhado no bairro pobre e na universidade. O Partido Democrático adorou esta história de dupla personalidade. Para os republicanos isto é sinal de duplicidade. Para eles, Obama é como a história de Dr. Jekyll ou Mr. Hide. Em nenhum dos casos é de confiança: afinal trata-se de um Mr. South Side, populista e casado com uma negra radical — ou de um Dr. Hyde Park, intelectual de esquerda e elitista?

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Na ponta final

[Encalhado no aeroporto de Newark.] O que se faz quando se está desesperado? Diz-se que o adversário quer ensinar educação sexual a criancinhas. E mesmo desesperado? Diz-se que ele gosta de acamaradar com terroristas. E mesmo mesmo muito desesperado? Diz-se que ele é socialista. Esta eleição americana vai ao menos contribuir para tirar toda a força aos maiores tabus do léxico político americano. Entretanto, uma senadora republicana, Elizabeth Dole, acusa a sua adversária de ser ateia. A adversária defende-se dizendo que é presbiteriana. Podia ao menos dizer que é muçulmana.

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Saber explicar não chega

  Em cada crise há sempre uma boa dose de experimentação, que nem sempre é honestamente assumida pelos políticos   Se o meu optimismo dá assim tanto azar, talvez eu seja a última esperança de McCain ganhar as eleições. Alguma direita deve ter achado que, pelo menos, não custa tentar. Vai daí, fui convidado no outro dia para um debate com Jaime Nogueira Pinto e Bernardo Pires de Lima (são duas pessoas diferentes, é claro, e não uma pessoa de direita com seis nomes) que de forma astuciosamente simpática tentaram levar-me a dizer as coisas mais entusiastas sobre Obama. Perguntaram-me uma vez sobre “a paixão da esquerda europeia por Obama”. Perguntaram-me uma segunda vez. Antes que me perguntassem uma terceira vez, percebi: a direita europeia está com ciúmes.

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O pé-frio

  Barack Obama: como candidato, a guerra do Iraque o fez nascer, a crise económica o consolidou. E não, não foi por ele ser negro.   Final do campeonato europeu de futebol, 2000. A poucos segundos de acabar o jogo, a Itália vence a França por 1-0. Com pressa para sair de casa e desejando felicitar o meu casal luso-italiano favorito, faço imediatamente uma chamada telefónica. Quando atenderam do outro lado ouço uma série de palavrões em italiano. A França acabara de empatar o jogo. No prolongamento em sistema de morte súbita, a França marcou mais um golo e sagrou-se campeã europeia.   O ocorrido consolidou a minha fama de optimista que dá azar, aquilo a que os brasileiros chamam “pé-frio”. A Valeria Pansini, uma doutorada em História da Ciência, acredita até hoje que a Itália perdeu a taça por minha culpa.   Neste contexto surpersticioso, tenho amigos que se arrepiaram sempre que eu aqui apostei na vitória de Barack Obama

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Jugular

Tenho no Jugular, um blogue novo cheio de gente esperta, um monte de amigos que fiz no 5dias. O Jugular já é uma das minhas leituras diárias mas ainda não tinha tido tempo para lhes desejar as boas vindas. Espero que a Fernanda, o João Galamba, o João Pinto e Castro, a Ana Matos Pires e a Maria João Pires — assim como as aquisições novas, o Miguel Vale de Almeida, a Maria João Guardão — se divirtam a fazer este novo blogue (e espero que haja uns jantares em breve para eu poder ir!). Um abraço a todos e boa sorte.

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A bolha da China

Nos últimos anos transferimos grande parte da capacidade produtiva mundial para um regime que parece estável mas que é sobretudo opaco.    Novidades velhas: a bolha americana, a crise chega à Europa. Mas quem quiser mesmo viver ansioso deve começar já a preocupar-se com a bolha da China.   Um economista de direita, Tyler Cowen, descreveu há tempos dois cenários para o futuro desta crise. O optimista: dois anos de recessão. O pessimista: dez anos de depressão global. Na verdade, deveríamos chamar-lhes o “cenário mau” e o “cenário muito mau”. E mesmo o cenário muito mau poderia transformar-se em cenário péssimo —

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