O Arúspice

A certa altura Mario Draghi refere-se às suas obrigações e responsabilidades, e o jornalista diz-lhe que “esse discurso é demasiado prussiano para um italiano”, ao que Draghi replica que “cumprir com as suas obrigações não é uma peculiaridade dos alemães”. Nestes dias de começo do ano cabia aos Antigos ler o futuro nas entranhas dos animais (havia uma profissão para isso, o Arúspice). A nós calha-nos tentar decifrar os discursos e entrevistas de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu. As peças em análise são duas, ambas publicadas no segundo dia do ano: um artigo de opinião, intitulado “Estabilidade e properidade na zona euro”, e uma entrevista concedida ao jornal económico alemão Handelsblatt. Para tornar a nossa tarefa mais difícil, o artigo de opinião de Mario Draghi

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O fanatismo

Minha crónica de hoje no Público: “Era preferível que não houvesse fanáticos, e que não tivesse de haver mártires pela liberdade. Mas havendo, é importante lembrar sempre que o amor é mais forte do que o ódio, como pôs na sua capa o Charlie Hebdo. Porque o amor é um amor de riso e de liberdade. E por isso os corações de todas as pessoas de bem de todo o mundo estiveram ontem juntos, em Paris, na Praça da República, ali onde leva o Boulevard Voltaire.” Acesse a crónica completa em O fanatismo .

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Tudo em aberto

Chegou o momento de todos os poderes na Europa reconhecerem o óbvio: cinco anos desta insanidade política e económica na União criaram um eleitorado firmemente anti-austeridade, mais ainda nos países que mais sofreram. Esse eleitorados não são anti-euro nem anti-europeus. Pelo contrário, são cidadãos que querem um modelo dedesenvolvimento para os seus países que passe pela valorização, e não pela desvalorização. Como os revolucionários franceses, que começaram um calendário novo a partir do ano Iº da República, em 1792, poderíamos dizer que estamos no ano Vº da Austeridade. Quando os gregos forem às urnas, no próximo dia 25 de janeiro, estaremos a quase cinco anos da aprovação do primeiro pacote de austeridade, nos inícios de fevereiro de 2010. Foi o primeiro ato de uma política coordenada entre todos os governos da zona euro e centralmente implementada, sem descanso e sem piedade, nos países periféricos, através da troika. Foi também um enorme fracasso:

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Contra o irreversível

Minha crónica de hoje no Público: Contra o irreversível  – “A abertura para uma política diferente existe: juntar a estratégia da administração da TAP, as necessidades do país e a importância que os portugueses dão à companhia para avaliar que apoio público, e para quê, poderia ajudar a cumprir com os nossos objetivos comuns para os próximos dez anos. Ainda é possível fazê-lo, mas só se a sociedade conseguir impedir esta privatização apressada que causará um dano irreversível a Portugal.”    

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O fim não está próximo

Sempre estranhei que se pudesse tentar mobilizar gente com discurso apocalíptico: o planeta vai acabar, a democracia vai acabar, o estado social vai acabar. Não que, a manterem-se as tendências atuais, tudo isto nãopossa ser verdade. O problema está na diferença de escala entre cada um de nós e o conjunto das restantes coisas. Nós duramos pouco tempo; o planeta estava aqui antes de nós e ficará talvez para depois. A nossa história parece insignificante quando comparada com a História a que teimosamente pomos uma maiúscula para ficar maior ainda. Algumas pessoas podem angustiar-se com o resultado final. Para a maioria, parece que contamos demasiado pouco, quase nada, para podermos fazer a diferença. E passa-se o mesmo quando passamos para a escala intermédia. Nós somos pequenos, a crise é grande. Se nos parece que a economia está contra nós e o caos do país é demasiado grande para organizar, a reaçãonatural é de desistência. Que poderíamos nós fazer? A mudança parece demasiado difícil, demasiado longínqua, demasiado complexa, demasiado arriscada para que a tentemos sequer. Se o fim está próximo, já não dá tempo, já não vale a pena, já não conseguimos. Uns deprimem, outros desistem, outros vão cuidar da vida.

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O Arúspice

Minha crónica de hoje no Público: “No meio de toda esta racionalidade, há uma coisa curiosa. A certa altura Mario Draghi refere-se às suas obrigações e responsabilidades, e o jornalista diz-lhe que “esse discurso é demasiado prussiano para um italiano”, ao que Draghi replica que “cumprir com as suas obrigações não é uma peculiaridade dos alemães”. Para ler a crónica completa, click em O Arúspice

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Tudo em aberto

Minha crónica de hoje no Público: “Chegou o momento de todos os poderes na Europa reconhecerem o óbvio: cinco anos desta insanidade política e económica na União criaram um eleitorado firmemente antiausteridade, mais ainda nos países que mais sofreram. Esse eleitorados não são antieuro nem antieuropeus. Pelo contrário, são cidadãos que querem um modelo de desenvolvimento para os seus países que passe pela valorização, e não pela desvalorização.” Para ler a crónica completa, click em Tudo em aberto  

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O fim não está próximo

Minha crónica de hoje no Público: “Muito do que era impossível tornou-se possível. Afinal era possível viver — e confortavelmente — sem escravizar o nosso próximo. Há cem anos, pertencer a um sindicato poderia ser arriscado; entretanto, países e indústrias inteiras aprenderam a negociar salários e tempos de descanso com os sindicatos — e a prosperar por isso. Onde era impossível viver sem um monarca absoluto comemora-se hoje já dois séculos das primeiras constituições. Onde o povo não estava preparado para viver sem um homem forte comemoram-se as primeiras gerações nascidas em democracia.” Para ler a crónica completa, click no link O fim não está próximo

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“Se não eu, quem?”

A nossa sociedade está a ficar mais rica. Nós estamos a ficar mais pobres. E há quem ache que isto é normal. Decoremos então este nome: Antoine Deltour, francês, 28 anos. Algumas das suas palavras a um jornalista: “Há muitas pequenas e médias empresas que passam por dificuldades para poder fazer face à sua carga fiscal, e no entanto vejo que as multinacionais não contribuem com a sua parte para o esforço conjunto. Sou cidadão, pago os meus impostos como você, e gostaria que as multinacionais pagassem também a parte delas ao mesmo título que eu pago os meus impostos sobre o rendimento.” Banal, não é? Toda a gente acha o mesmo. A diferença é que Antoine Deltour arrisca agora uma pena de prisão de cinco anos e uma multa de mais de um milhão de euros por isso.

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Cavacos dos Natais passados

Minha crónica de hoje no Público: “O sono foi agitado. Pedro Passos Coelho, que ele conhecia desde rapazote, ligou-lhe (às nove da noite!) para o convidar a provar umas rabanadas lá em casa pelo Natal. “Achas que tens razões para luxos?” — disse Aníbal — “Isso está acima das nossas possibilidades.” Pedro murmurou qualquer coisa sobre a quadra. “Balelas!”, respondeu Aníbal, “mais uma palavra sobre este assunto e não te seguro como tenho feito”. A crónica completa pode ser lida em Cavacos dos Natais passados

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