O passivo de uma pessoa, costuma dizer-se, é o ativo de outra. A questão é se a primeira tem condições para pagar; caso contrário, o ativo da segunda desaparece. Cabe então à política criar condições para que o problema se resolva. Nada se perde, tudo se transforma. Dá-se hoje uma coisa muito bizarra: um governo social-democrata, na definição europeia, fazendo uma coisa social-democrata. É ali no Balcãs, e é um membro da União Europeia. Não, não na Grécia. Mais acima, sim, um pouco mais a norte, ali na costa do Adriático — na Croácia. O governo da “coligação cocóricó” (a sério, tem mesmo esse nome, ou “kukuriku” em croata, por causa do nome do restaurante onde foi criada pelos quatro partidos de centro-esquerda que a compõem) anunciou um plano para desendividar os seus cidadãos mais pobres. O plano chama-se “Começar de Novo”