Sobre o vazio

Porque segredava Gaspar ao ministro alemão Schäuble? Porque precisou depois de negar a evidência do que disse, ao passo que o ministro alemão a negava de outra forma? Porque ficámos com a sensação de que naquela conversa-de-pé-de-orelha se discutiam coisas com mais importância e substância do que nas reuniões formais dos parlamentos e das cimeiras? […]

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Crédulos e incrédulos

A linguagem vazia dos governantes, quando sentem necessidade de parecer que estão ao controle dos acontecimentos, acabou criando uma sociedade dividida entre crédulos de um lado e incrédulos do outro. Nessa sociedade as reações são sempre as mesmas independentemente dos factos. Seja como for, o crédulo acredita em tudo o que lhe dizem, o incrédulo […]

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A voz das consoantes sem voz

Salvé, Vasco Graça Moura, insigne auctor que desafiaste o dictame do governo e reintroduziste a escripta antiga no teu Feudo Cultural de Belém! Povo português, imitai o exemplo deste Aristides Sousa Mendes das consoantes mudas, como lhe chamou o escriptor e traductor Jorge Palinhos. Salvai as sanctas letrinhas ameaçadas pela sanha accordatária. Mas ficai alerta, […]

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Desengonçado

As derivas verdadeiramente graves começam sempre por coisas pequeninas, daquelas que se pergunta: “mas que importância tem isso”? E assim com esta questão dos feriados. Que importância tem isso? Pergunta-se. Afinal, é só o 1º de dezembro e o cinco de outubro. Afinal, o 1º de dezembro significa apenas a auto-determinação e o cinco de […]

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A liberdade de expressão em tempos de austeridade

Pedro Rosa Mendes vem a Bruxelas amanhã, numa sessão que organizei também com a presença da International Alliance of Journalists falar sobre os possíveis impactos da crise no pluralismo e na qualidade da democracia. A partir do seu caso recente, tentaremos perceber se esta é ainda uma questão teórica ou se já se tornou uma […]

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20?2

Por isso perguntamos: que trará 2012 para nós? E essa pergunta está errada: 2012 não nos traz nada, nós é que trouxemos até 2012 as coisas de que ele há-de ser feito. No início do último livro de Haruki Murakami, 1Q84, há uma personagem com pressa para chegar a um compromisso com horário certo, mas […]

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Uma aldeia

Ter uma aldeia é, no essencial, ser tido por uma aldeia. É ter sido feito pela aldeia e ter ficado propriedade dela, que ela reclamará sempre. Uma música de António Variações ,“Olhei p’ra trás”, marca o fim do tempo em que ser português era, quase sempre, vir de uma aldeia. É cantada na primeira pessoa […]

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Bolsas 2.0

A resposta à primeira pergunta é muito simples: a bolsa teve uma taxa de sucesso de cem por cento. Mas — e como fazer para conseguir apoiar mais projetos? No ano passado escrevi que a resposta poderia ser a criação de uma “plataforma inter-bolsas”. Essa é a experiência para levar a cabo no próximo ano. Há um […]

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Um discurso de Hitler

Quando se dirige aos homens do Reichstag e lhes pergunta “o que é a Europa, meus deputados”? Aí, lança-se numa longa e rebarbativa passagem que é o Hitler que esperaríamos que ele fosse: um homem obcecado por questões de raça e de sangue, de que fala com tanta verve que é como se os seus […]

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