Quando me bateram à porta ouvi-os longamente e perguntei quanto custava cada “body scanner”. Disseram-me: cerca de 150 mil euros somente. E foi aí que percebi a década que tínhamos criado.
Dias antes, a 12 de janeiro, um sismo medonho tinha destruído a capital do Haiti. Centenas de milhar de pessoas morreram; muitas estavam ainda debaixo do entulho, mas a engenharia e a indústria moderna não tinham máquinas capazes de detetar os sobreviventes soterrados. Não porque fosse impossível criá-las, mas porque não se investia nisso. Sob o choque, todos prometemos ao Haiti ajuda na reconstrução. Só uma pequena fração do dinheiro prometido chegou a ser enviado. Veio a crise, saía muito caro, ninguém se lembra disso agora.
E ali em Bruxelas aqueles lobistas queriam vender scanners a 150 mil euros cada um. Em breve, dezenas daquelas máquinas poderão lotar cada aeroporto de um continente que tem centenas de aeroportos. Centenas de milhões de euros, a pagar por você. E os lobistas pareciam confiantes que ninguém lhes diria “não”. Pronunciavam as palavras mágicas — segurança, terrorismo — e os mesmos governos que cortam fundos a escolas ou hospitais abriam imediatamente os cordões à bolsa.
Porquê? Porque o terrorismo mata? Mas as catástrofes naturais também matam — muito mais. Porque os eleitores pedem? Não, o que eles pedem é empregos. Porque ficamos seguros? Nem por isso, basta o terrorista atacar noutro lugar. Porquê, então?
Porque, simplesmente, cada época tem a oportunidade de se definir. Os anos 60 quiseram chegar à Lua. Nós quisemos ceder ao medo.
E que década queremos ser agora?
Na Europa já não seria mau sobrevivermos aos próximos dez dias. A Grécia está a colapsar, há bancos alemães provavelmente insolventes, temos o euro à beira do precipício.
Nesta situação, o comissário europeu escolhido pela Sra. Merkel, Guenther Oettinger, não teve ideia melhor senão sugerir que as bandeiras dos países devedores ficassem a meia haste nos edifícios europeus, ideia que subscreveu por ser um “símbolo” com “grande efeito dissuasor”.
Seria um símbolo, sim — de uma União que perdeu os seus valores. E com grande poder dissuasor, sim — para nos afugentar de uma UE aplicada num ritual de humilhação simbólica que faz lembrar a Idade Média — quando os endividados usavam roupa diferente, e eram escravizados ou presos por dívidas — ou pior.
Um comissário europeu dizer coisas destas era suposto ser impensável. Mas na Europa de hoje o impensável virou normal.
Um europeísta só pode desejar ver todas as bandeiras europeias à mesma altura, com a mesma dignidade, nos bons e nos maus momentos. Ao propor o contrário, o Sr. Oettinger demonstrou que não entende o Ideal Europeu e que não tem condições para ser comissário da UE. Deve retractar-se ou demitir-se.
Que década queremos? Uma década para uma Europa livre e unida, ou ignorante e populista? Essa escolha faz-se. E é agora.
5 thoughts to “Que década queremos?”
deixo aqui o “trackback” manual…
http://arroganciadajuventude.net/?p=490
Cumprimentos,
Os anos 60 tinham energia barata pitroil a 5 dólares
carradas de excedentes
a detecção de corpos debaixo de cimento ou pedra tem biotecnologia já há 5000 anos acho que se chamam cães
radiografar paredes de cimento…num dá não dá só para ver a estrutura do dito cujo
Na Europa já não seria mau sobrevivermos aos próximos dez dias.
isto é catastrofismo puro…o desastre económico não nos mete nem na situação do haideti nem da somália
A Grécia está a colapsar, há bancos alemães provavelmente insolventes, temos o euro à beira do precipício.
desvalorizar macissamente lo eurro até podia ser bom
a insolvência bancária e a inflação associada à desvalorização é quia ser mau…
eu bem que me forço a consumir
mas sempre fui muito mau nesse aspecto
graças à internet já tripliquei o consumo de energia
mas isso não ajuda muito
a década que virá está dependente de milhões de pessoas com medo da baixa de nível de vida que inevitavelmente virá
nas últimas vezes deu mau resultado
e a europa dominava nesses tempos…pués
essa escolha faz-se
e quem a faz?
uma europa envelhecida de classe média que quer manter os seus previlegia???
Populismo Portista Pinto-Costista Alberto Joanista
como frase fica bem….
Isso é queram bons tempos
almoçar de graça e o pessoal com miúfa de pedir argent
isto é queram bons tempos
pátek, 16. září 2011
HERESIAS – NÓS SÓ QUEIMAMOS JUDEUS VIVOS OS ANTEPASSADOS DO PAPA E DA SENHORA ALEMÃ QUEIMAVAM-NOS JÁ MORTOS É FALTA DE DESPOrrAtivismo
OS ALEMÃES QUISERAM SER DONOS DO MUNDO
OU PELO MENOS DA EUROPA E DAS ILHAS ADJACENTES
LOGO DEVEM PAGAR TUDO INCLUSIVE O AL MOÇO
NÓS QUE QUEIMÁMOS VIVOS OS NETOS DE MAOMÉ E DE AARÃO
QUE LHES TIRÁMOS AS TERRAS Y LOS BIENES
QUE METEMOS OS NOSSOS BIZINHOS EM FORNOS DE PÃO
COM PADEIRAS D’AL JUBE ARROTA
SOMOS SANTOS E DEVEMOS AL MOÇAR E AL MOCAR DE BORLA
MÃES DE BRAGANÇA TÃO GASTAS
OS ALEMÃES QUE NOS PAGUEM AS BRASILEIRAS E TAILANDESAS
CAGORA TÃO MAI CARAS
DE QUANDO ANDAVAMOS DE CARAVELA
ERA SÓ DARMOS CACHAPORRADA NAS GAJAS
E MONTAR AS QUE ESTAVAM VIVAS OU QUE AINDA ESTAVAM EM BOM ESTADO
E ÓSDEPOIS ERA SÓ VENDÊ-LAS NA EUROPA
COMO FAZEM AGORA OS NOSSOS BIZINHOS ROMENOS E RUSSOS
NAU AFUNDADA PAÍS QUE SE EVAPORA
ASSIM SÓ ARES PASSEM EM TUA VIDA
MAS ANTES QUE SAIA LÁGRIMA PERDIDA
TENHAM A CERTEZA QUE ALGUÉM VOS CHORA
OS HINDUS ERAM BARIS ATÉ DERAM Ó AL BUQUERQUE AQUELAS GAIJAS TODAS
OS ALEMÃES NÃO TÊM A NOSSA FINESSE
NEM COM 50% DO MUNDO FICARAM DE SENHORIO
UNS BRUTOS QUE NÃO SÃO SÓ ARES
NEM FUMOS DA ÍNDIA
Vystavil roskof
ahora até os espanholaços nos olham de lado
os alemães fizeram duas guerras mundiais e ainda não nos pagaram
pelas in con veni (vidi..etc) ên cia’s