[english version below the fold]
[texto que escrevi para uma carta a enviar por eurodeputados ao Presidente da Comissão Europeia sobre a proposta de Guenther Oettinger. Nota: o primeiro deputado a querer subscrevê-la comigo foi um alemão, o meu camarada Jürgen Klute, de Die Linke.]
Exmo. Sr. Presidente da Comissão Europeia,
Escrevemos-lhe para manifestar o nosso desagrado pelas declarações recentes do seu Comissário para a Energia, o Sr. Guenther Oettinger, que numa entrevista ao jornal Bild propôs que as bandeiras dos países com dívida excessiva ficassem a meia-haste nos edifícios da União Europeia. Infelizmente, o Sr. Comissário Oettinger não desvalorizou essa ideia como a absurda hipótese que é, antes a subscreveu, chegando mesmo a dizer que “seria apenas um símbolo, mas de qualquer forma teria um grande efeito dissuasor”.
Sim, Sr. Presidente, a realização de tal proposta seria um símbolo, e bem potente, de uma União Europeia que tivesse perdido vista dos seus princípios, ideais e valores. Nenhum deles implica a humilhação simbólica de Nações europeias, independentemente dos pecados administrativos, orçamentais, ou outros, que os seus respectivos governos possam ter cometido.
Os idealizadores de uma Europa unida sempre sonharam que esta fosse uma União de países iguais entre si. Simplesmente imaginar que, neste momento da construção europeia, um comissário considerasse seriamente o tipo de ideias propostas avançadas pelo Sr. Oettinger indignaria um Schumann, um Monnet ou um Spinelli.
Os nossos concidadãos vêem com orgulho as bandeiras dos seus países hasteadas lado a lado com as dos seus parceiros da UE. Qualquer europeísta digno desse nome sente orgulho ao ver todas as bandeiras da União hasteadas lado a lado, iguais em dignidade, “unidas na diversidade”, nos bons e nos maus momentos. A proposta do Sr. Oettinger é a demonstração de que ele não conseguiu entender o Ideal da União, e que não tem condições para ser Comissário Europeu. O Sr. Oettinger deveria pois retractar-se, ou demitir-se.
Com os nossos melhores cumprimentos, os deputados ao Parlamento Europeu abaixo-assinados,
Dear president,
We write to you concerning the declarations made by your Commissioner for Energy, Mr. Guenther Oettinger, who has proposed in a recent interview with the Bild newspaper that the flags of countries with excessive deficits should fly at half mast in front of EU buildings. Unfortunately, your commissioner did not dismiss this notion as the absurd hypothesis that it is, but instead said that “It would just be a symbol, but would still be a big deterrent.”
Yes, Mr. President, this would be a symbol, and a potent one, of a European Union that would have lost all sight of its principles, ideals, and goals. None of these imply the symbolic humiliation European nations, regardless of the administrative, budgetary, or other sins that their respective governments may have committed.
The founding visionaries behind the idea of a United Europe have always dreamed about this Union being constituted by countries equal among themselves. The mere thought that, at this point in the European project, a commissioner would seriously consider the ideas proposed by Mr. Oettinger would have made the likes of Schumann, Monnet or Spinelli indignant.
Our citizens are proud to see the flags of their countries flying side by side — and at equal dignity — with the flags of their EU partners. Indeed, any true pro-European is proud to see all our flags flying side by side and at the same height, “united in diversity”, in times good or bad. Someone who proposes to do otherwise shows to have failed at understanding what the European Ideal is about, and is unfit to be a European Commissioner. Mr. Oettinger should retract and recant at his words, or resign from the European Commission.
5 thoughts to “Bandeiras de endividados a meia-haste? Carta a Durão Barroso”
Oviamente Demita-se
E VERÁS Ban D’eiras E ARMAS DE CASERNA
CADÁVERES DE PEDRA MONACAL E FRIA
MÁRTIRES CUJA PRESSA É REBELDIA
Oettinger’s CURVOS EM VIGÍLIA ETERNA
Ó Mõe quele surde bê…
ó filhe quele surdo ê cegue
ó mõe quele surde achunchou-me nomi
ó filhe quele surde ê mude
VERÁS ESPECTROS EM TORRES DE GRANITO
E A LUZ MACABRA DESSA Dívida OBSCURA
NUM LUXO INEVITÁVEL DE MOLDURA
HÁ-DE ALONGAR A FORÇA DO SEU GRITO
Resumindo quem deve não t’aime
e óia qu’isso de bandeiras hasteadas com gorgulho
parece coisa de um ôtro limão acho qu’era Bis Marco ou Hister Ia
Dear Rui,
I share you indignation, but think that it is too mild. Let’s face it, as you say whoever “proposes to do otherwise shows to have failed at understanding what the European Ideal is about, and is unfit to be a European Commissioner” thus the only possible path left to him/her is NOT to be a Commisiioner.
Taking matters a bit further, the role of the present Commission has been more of a European De-Construction rather than the opposite. It has far forgotten it’s role as Defender of the Treaties, and acts more as a puppet from the Council. The fact that a Commissioner says so not only shames every single European Commissioner worker, it insults every citizen that believes in the Union.
A great effort has been undertaken in the past couple of years to destroy the Union. Unfortunatelly the hypothesis of implosion is larger than that of external pressure. Unfortunately the key governments of the Council are not expected to change in the near future… Maybe only too late (if we’re not past that point yet).
o homem tem expectativas políticas, logo o seu discurso é compreensível, até porque o turmoil geek greek não ajuda nada
é verdade é só um 40º da dívida americana que só tem 30 vezes a população grega…é verdade que a culpa foi alemã e não só
mas numa europa em depressão e endividada a credores internos mas principalmente externos em que qualquer catástrofe pode agravar
a situação presente
só um Rui Tavares cortaria as portas ao futuro político europeu
resumindo o gaijo não quer voltar pró antigo trabalho
e mesmo que os seus suportes caiam
procura angariar simpatia junto do eleitorado
é humano é também muito portas ….mas é compreensível
parvoíce seria assumir a culpa parcial pelo descalabro
Obrigado Rui Tavares por ter reagido.