“Contrabando de produtos, contrabando de pessoas. Durante a Guerra Civil de Espanha, estas aldeias raianas receberam republicanos espanhóis refugiados ao franquismo, e por ali os deixaram ficar. Após a IIª Guerra Mundial, quando estes refugiados começaram a fazer planos (e a comprar armas) para restabelecer a democracia espanhola, as ditaduras ibéricas juntaram as forças e decidiram acabar com eles. Numa operação conjunta da Guardia Civil espanhola, da PIDE e da GNR, foi montado um cerco à aldeia do Cambedo para apanhar anti-fascistas. Num par de dias antes do Natal de 1946, os habitantes da aldeia ficaram sob fogo cruzado e não entregaram os republicanos. Foram chamados reforços militares. A aldeia foi bombardeada com fogo de morteiro. Houve mortos de ambos os lados, dos republicanos só sobrou um, e quando a resistência do Cambedo foi vencida, homens e mulheres que ganhavam o sustento para as suas famílias foram presos pela PIDE. Quando finalmente puderam regressar, meses ou anos depois, decidiram calar a história daquilo a que chamavam “A Guerra do Cambedo”.”

Leia o resto da crónica no Público de hoje – Povos promíscuos.

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