Há um ano e um dia, estava o Reino Unido a uma semana do seu referendo europeu, alertei para a luta por agências da UE que aí vinha. Defendi desde então, em público e diretamente ao governo, que Portugal — não Lisboa, mas Portugal — apresentasse a sua candidatura à Agência Europeia do Medicamento, o que foi feito, com a vantagem da antecedência sobre outros possíveis candidatos. E eis que agora o mundo político português acorda para o assunto. Não a tempo de melhorar a candidatura do país, à qual prestaram muito pouca atenção até agora, para lá de distraídos votos unânimes no parlamento, mas ainda muito a tempo de apimentarem a campanha para as autárquicas. Daqui a uns tempos, infelizmente, esquecerão o que hoje disseram sobre descentralização. É sobre tudo isso a minha crónica ontem no Público .
“Portanto, caros líderes políticos, façam o favor de se entenderem. Escolham rápido e definitivamente uma cidade candidata, seja aquela que defendiam unanimemente há um mês, ou qualquer outra. Unam-se em torno da excelente cidade portuguesa escolhida. E aproveitem a polémica para se decidirem, de uma vez por todas, a apresentar um plano bem feito, orçamentado e calendarizado, para ir retirando de Lisboa organismos relevantes do estado central.”