«Há uma coisa que temos de saber sobre o potencial novo dono do Novo Banco: não se consegue saber grande coisa sobre ele, e isso é mau. O Banco de Portugal confirma que ele tem dinheiro para comprar aquele que já foi o Banco Espírito Santo. Isto é mais do que podem dizer os outros candidatos a compradores, que não conseguiram fazer prova das centenas de milhões de euros que oferecem pelo banco. Mas se essa é a única razão para tomar uma decisão, é uma razão perigosa, e seria uma decisão errada.
Claro que John Grayken tem dinheiro. Desde que fundou a Lone Star Funds, há pouco mais de vinte anos, lucrou vinte por cento todos os anos, e este ano o seu fundo chegou a uma capitalização de 60 mil milhões de euros, ou seja, mais rico do que o Luxemburgo. O próprio Grayken tem cerca de seis mil milhões em seu nome. Uma coisa é certa: experiência na compra de bancos não lhe falta. Só que é a experiência contrária à de que precisamos: comprar um banco em apuros, aproveitar ativos, despedir funcionários, vender o que tem valor e desembaraçar-se do resto. Repetiu a receita mundo afora, da crise asiática de 1997 à Irlanda dos últimos anos. Agora desembarca na ocidental praia lusitana para comprar o Espírito Santo.
Países avisados não deixam John Grayken entrar no seu sistema bancário.» — leiam as razões na crónica integral a partir deste link.
2 thoughts to “Negócios à moda do faroeste”
Sobre o artigo do Público, de 11.01.17, ”Costa esteve onde tinha de estar”:
Muitíssimo bem/bom, Rui tavares!!!
Mais uma vez ‘na mouche’!
Qd nova, mais radical e ignorante, tb eu odiei Mário Soares, qd ‘derrotou’ Mª de Lurdes Pintassilgo. Sem ser do PCP, tb eu tive de engolir o sapo e votar nele (numa verdadeira ‘regurgitação emocional-política’!).
Tb tive algumas irritações + recentes, mas não pelos ditos ‘esquerdismos’, q n foram senão a percepção justa dos tempos (e Europa) miseráveis q se estão a formar e q nos cabem…
Gente q, mt provavelmente em privado execra ou não reconhece o valor a Mário Soares para a nossa democracia, vir agora buscar o defunto para ‘utilizá-lo’ como arma de arremesso para atacar Antº Costa, mostra bem a sua altura e estatura…
E só ‘não teremos emprego’ dp das Descobertas (com gente desta, certamente),
…se não estivermos à altura (não acrítica) da nossa História, experiência e saber do mundo, e cuja posição periférica pode ser, exactamente, fonte e visão de ‘grande angular’, como sensibilidade e mediação q não está, mts vezes, na mão ‘dos grandes’, mt + sujeitos a pretensões, cegueiras e poder(es) nefastos…!
Muito bem, R.T., pela prosa certeira, justa, acutilante, ponderada e à altura do Portugal futuro, como o sonhou e sonha Rui Belo e tantos outros, q os há e terão de contrariar a pequenez e mesquinhez
q tb por aí grassa, hélas!!!
Deve escrever-se ‘Ruy Belo’…
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