yamasaki-architectA minha crónica de hoje, sobre os quinze anos do 11 de Setembro de 2001, o esquecido arquiteto das Torres Gémeas, e a era que ele não seria capaz de antever. Escrita a partir de Nova Iorque, onde estarei nos próximos meses como “visiting fellow” do Instituto Remarque de Estudos Europeus da New York University.

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“Que diria ele ao saber do que aqui aconteceu há quinze anos? Pergunto-me se o conseguiria conceber sequer: o cenário de apocalipse, as pessoas lançando-se para a sua morte. Pergunto-me o que diria ele dos anos que se seguiram, do “choque de civilizações” e da guerra, da islamofobia e do ricochete contra a globalização de que o seu prédio era um emblema tão arrojado quanto ingénuo: o restaurante do 106º andar chamava-se “Janelas para o Mundo” e os dias nacionais eram comemorados na praça como numa ONU do comércio.

São dez e meia da manhã no Memorial do 11 de Setembro. Lá dentro, as famílias das vítimas, Obama e outros dignitários tentam dizer algo de adequado perante a tragédia. Cá fora, teóricos da conspiração distribuem folhetos e conversam com testemunhas de Jeová, turistas tiram fotografias, paroquianos penduram fitas brancas junto à Igreja de São Paulo, o edifício mais antigo de Manhattan. Todos tentamos fazer justiça às vítimas deste dia e dos seguintes, aqui e no resto do mundo. Ninguém consegue.”

Leia mais aqui: Praças para o mundo

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