A minha crónica de ontem foi sobre um país onde os comunistas tomaram o poder e decidiram assassinar — sim, assassinar — a classe média. Bem-vindos à Observalândia.

“Estava eu posto em sossego quando o telemóvel me alertou: “Costa usa definição de comunismo para descrever a sua sociedade ideal”.

Alvoroçado, tentei identificar que página das “365 Receitas de Criancinhas para o seu Pequeno-Almoço” teria António Costa mencionado desta vez. Fui ver: José Manuel Fernandes, ex-diretor do Público e agora no Observador, revelava ao mundo que o primeiro-ministro de Portugal dissera num debate parlamentar que “uma sociedade decente é uma sociedade onde cada um contribui para o bem comum de acordo com as suas capacidades, e cada um recebe de acordo com as suas necessidades”. Senti-me espoliado dos três segundos que demorei a perceber que tinha caído numa armadilha para caçar cliques na internet.

Passado dois dias, decidi fazer qualquer coisa de útil com o tempo perdido e fui procurar de novo o artigo. Corri a página de opinião do Observador de cima a baixo… Destaco dois artigos de historiadores, por acreditar que os meus colegas devem contribuir para o contexto e a inteligibilidade do discurso na nossa sociedade. O artigo mais recente de Fátima Bonifácio tinha por título “Ódio de Classe” (facto curioso: num arco de quarenta anos os ex-esquerdistas podem sempre reciclar os mesmos títulos que usavam dantes mas agora na direção oposta). O artigo mais recente de Rui Ramos tinha por singelo título “O Assassinato das classes médias”. Sim. Assassinato. Talvez por aparecer no dicionário antes de “Genocídio”.”

Leiam o resto no Público, aqui: http://www.publico.pt/n1745186

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