7 medidas para ter o nosso dinheiro de volta e recuperar o futuro:

1 – Os bancos têm de dizer o que estão a fazer, e onde.

2 – É preciso saber quem tem o quê.

3 – É preciso saber quem lucra

4 – É preciso responsabilizar quem manda.

5 – É preciso saber para onde vai o dinheiro.

6 – É preciso saber de onde vem o dinheiro.

7 – É preciso seguir as pistas.

Mais detalhes sobre as 7 medidas para combater a lavagem de dinheiro, evasão fiscal e paraísos fiscais, no documento em anexo que apresentei em Lisboa no passado 1 de março.

Relação entre lavagem de dinheiro, evasão fiscal e paraísos fiscais by Rui Tavares

4 thoughts to “7 medidas para ter o nosso dinheiro de volta e recuperar o futuro

  • João Salvador Fernandes

    Caro Rui Tavares,

    Estas sete medidas parecem-me um passo importantíssimo para limitar os malefícios de um dinheiro que se desloca, a seu bel-prazer, pelos bancos europeus, sem controlo e sendo utilizado para as mais variadas actividades — algumas delas especulativas –, que nos prejudicam sobremaneira. Espero que sejam aprovadas e dêem frutos. No entanto, gostaria que a União Europeia e, consequentemente, os Estados-membros também se preocupassem com outros crimes, globais e ultradestrutivos, que são praticados quase sem controlo. Falo dos crimes perpetrados nas transacções bolsistas de alta frequência, em que gente pouco escrupulosa, através de algoritmos de elevada complexidade técnica, manipula os mercados, podendo levar ao fim de empresas, ao enriquecimento gigantesco de outras e, ainda, à adulteração dos níveis de confiança nos investimentos atinentes aos financiamentos e à compra de dívida pública dos Estados; destabilizando juros e maturidades. Veja o exemplo da Knight Capital que, por força de um defeito no algorítmo utilizado, perdeu mais de 75% do seu valor de mercado e $440 milhões de dólares. Agora, imagine programas que têm como função atrapalhar os outros, enganá-los, destabilizá-los, etc.. Eles existem, são perniciosos e têm-nos prejudicado há demasiado tempo. Este tipo de crimes é extremamente difícil de investigar e necessita de profissionais, de competência comprovada, para escarafunchar à sua procura. Nesse sentido, na qualidade de Eurodeputado, apelo a que não esqueça esta temática e, se possível, analise-a. Verá que temos de lutar, aturadamente, para pôr fim a estas práticas. Al Gore sugeriu criar um intervalo de um segundo entre transacções. Foi fuzilado. Se calhar, não está errado.

    Os melhores cumprimentos.

  • Evandro Torres

    O ponto mais relevante apara mim esta no paragrafo que tange a criacao de uma Unidade Europeia de Investigacao para a Area Financeira. Trata-se de uma medida de caracter urgente que foi muito bem acentuada no trabalho, Rui. Parabens pela abordagem incrivel.

    Saudacoes,

    Evandro

  • João Salvador Fernandes

    O futuro não se recupera, porque é isso mesmo: o futuro. É desconhecido, por mais probabilidades que existam de uma coisa ocorrer de um modo ou de outro. O futuro será sempre o intervalo de tempo que se inicia após o presente, sem fim definido, e nada mais. Não é recuperável, porque ainda não sobreveio; logo não se pode readquirir o que não se perdeu, porque, em essência, não é perdível. Seja negativo ou positivo, o futuro virá, invariavelmente, e virá, e está, neste exacto momento, a vir. Deste modo, o que fazemos, por mais ambições veleitárias que possamos ter, nunca se poderá, verdadeiramente, basear no futuro – no máximo, sim, basear-se-á numa probabilidade futura. Não podemos analisar, prever, descortinar todas as implicações das nossas acções no que está por vir, no porvir, no devir, pelo que temos de nos focar no presente.
    E esperar que, de boa-fé, o que venha a acontecer, seja bom para nós e para os que vierem. Não há garantias. Basta compulsar as páginas da História, para vislumbrarmos tantas tentativas, carregadas de intentos benfazejos, que no futuro correspondente, por isto ou aquilo, acabaram por trazer mais malefícios do que benefícios. Pensar doutro modo é um processo de auto-ilusão.
    Quando agimos e tomamos medidas destas, estamos, sim, a agir pelo presente. É aqui, no agora, no que motiva os actos realizados no hoje, que podemos encontrar as várias razões das medidas tomadas, principalmente reactivas, para resolução dos problemas das nossas sociedades. E servem, portanto, para solucionar os problemas do hodierno. Sim, é óbvio que, no jogo das probabilidades, podemos cogitar – ideologicamente – que se trilharmos um determinado caminho, as coisas serão melhores para os vindouros; e fazemo-lo! Mas, uma vez mais, não sabemos se o serão. No máximo, actuamos para suprir as necessidades do actual, ambicionando evoluções positivas; ou seja, em parte, podemos agir na perspectiva de que determinados eventos se concretizarão, buscando obviar aos eventuais males que ainda não chegaram; todavia, tudo é executado com os olhos do presente no futuro, conformado e enformado pelo presente, e não com os olhos do futuro no futuro. Não acredito em governos democráticos que tomam medidas, que tentam resolver os problemas do futuro, descurando o presente, renegando o presente, desprezando-o. Isso não existe ou não pode existir, porque é ineficaz e inaceitável. Governa-se para os que estão – com algum juízo de consideração para os que estarão –, porém, não se governa para os que estarão.
    Nesse sentido, criticamente, discordo da afirmação do Eurodeputado Rui Tavares, quando assevera que precisamos de recuperar o futuro. Contudo, como a evasão fiscal e a movimentação opaca de dinheiros pelos bancos, pelos especuladores, pelos que lucram sem se preocuparem com o efeito das suas acções ou com a proveniência do dinheiro, nos está a afectar profundamente, agora, no presente, só poderia estar de acordo com o que o Eurodeputado pretende. Para mais, naquele olhar incerto para o que poderá acontecer, creio haver fortes probabilidades de estas medidas, no porvir, serem mais vantajosas do que inconvenientes. Ainda assim, como disse, não sei se sim. Não passa de uma crença. E não as apoio por isso.

  • João Salvador Fernandes

    Correcção:

    Em vez de “– no máximo, sim, basear-se-á numa probabilidade futura.”, deverá ler-se: “– no máximo, sim, basear-se-á numa probabilidade presente do que surgirá no futuro.”

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