O Daniel Oliveira comunicou ontem, através de uma carta de 5 páginas que enviou à direção do Bloco de Esquerda, a sua demissão do partido onde militou durante 14 anos, desde o início.
Sou amigo do Daniel e não posso impedir-me de começar por aí. O Daniel pode não ter sido um dos quatro fundadores do Bloco (a absurda razão que Francisco Louçã encontrou, após as eleições de 2011, para me difamar acusando-me de “falsificar a história” e passar mentiras a jornalistas) mas esteve entre os militantes de primeira hora do partido. Durante os quatorze anos seguintes não poupou esforços no partido, como dirigente, como funcionário e conselheiro, e depois como militante de base. Nos últimos tempos, foi praticamente a única voz incómoda que restou ao Bloco, o que é talvez o maior serviço que lhe prestou. Nunca fui militante de um partido, mas não é preciso tê-lo sido para se entender que esta deve ter sido uma decisão difícil. Portanto, vai daqui um abraço solidário e público para o Daniel.
2 thoughts to “Sobre a saída do Daniel Oliveira do Bloco”
Um partido, ou movimento correm sempre o risco de monolitismo quando entram nas áreas do jogo político-partidário. O B.E., apesar de todo o seu voluntarismo e firmeza de convicções também não está imune a este tipo de influências. Sou votante, não militante, do B.E., mas aprecio a crítica e liberdade interna de expressão e acção. Para mim o Daniel Oliveira é um exemplo dessa liberdade. Também sou apreciador dos comentários que ele e o Rui Tavares fazem na comunicação social.
Continuem a vossa luta.
É uma pena, ficar sem em quem votar!…