Vimos nos últimos dias como uma mobilização consciente e informada dos cidadãos produz vitórias decisivas. Serve para nos relembrar: este país pertence-nos, e em democracia os governos devem preservar essa verdade, ou estarão perdidos.
A maior parte das pessoas lendo este texto viverão, espero eu, até Portugal completar novecentos anos como país independente, o que, dependendo da contagem, ocorrerá daqui a vinte anos e picos. A não ser que se façam grandes avanços na esperança de vida, será difícil que vejam o país atingir um milénio de independência — mas os seus filhos, ou pelo menos os filhos dos seus filhos, chegarão lá, se o país chegar também.
É, se pensarmos bem, um acontecimento notável, tanto mais não há nada de inevitável nele. Portugal não nasceu com fronteiras naturais — e, nos primeiros tempos, nem sequer culturais ou linguísticas. A capital que tem hoje era, nos primeiros anos, uma cidade estrangeira. Só por acaso não foi absorvido por outros reinos peninsulares, nem — já menos por acaso — pela fusão de toda a península num só reino. Mesmo depois, em várias ocasiões poderia ter sido dividido, espartilhado ou ocupado permanentemente. Da Baviera à Sabóia e à Escócia, nem todos os outrora altivos reinos europeus podem dizer o mesmo.
Embora geograficamente europeu, bem mais de quinhentos anos destes quase novecentos foram passados por Portugal numa pluralidade de inserções multicontinentais, que foi ora mais asiática, ora sul-americana ou africana. Foi um dos primeiros países a quem isto aconteceu; em consequência, os portugueses são — como os gregos, judeus, arménios ou holandeses — um dos povos numericamente mais reduzidos com uma pegada maior no mundo. Esta é uma constatação de facto, e é compreensível o orgulho nesta aventura desde que, para justiça e memória, na suas contas incluamos também desde o estabelecimento de uma das maiores redes de tráfico de escravos da história até a uma guerra colonial tardia e estúpida e indesculpável — diga-se o que se disser.
Ainda nesta geração, Portugal basculou — de repente e muito. Voltou a fronteiras que só tinha tido há mais de seiscentos anos (e mesmo assim, não são bem as mesmas, se contarmos com Ceuta e Macau) e voltou a ter uma inserção quase exclusivamente europeia. Esse processo foi rápido e, no geral, fácil demais. Agora precisa de ser pensado.
1. Partamos deste princípio. A primeira obrigação desta comunidade politicamente organizada com novecentos anos de história é organizar, e manter, as condições da sua independência. Eu, libertário, não digo isto por nenhuma espécie de idolatria do estado. A soberania nacional é, no fim de contas, uma extensão da soberania pessoal. A soberania transnacional também, mas isso fica a para a próxima crónica. Para já: um país dependente (e muito desigual) asfixia a autonomia de cada um dos seus cidadãos.
2. Um país independente não cai do céu, mas é o trabalho permanente de uma sociedade civil vibrante. Outros fizeram-no por nós, e nós devemos fazê-lo por outros — e por nós mesmos. Vimos nos últimos dias como uma mobilização consciente e informada dos cidadãos produz vitórias decisivas. Serve para nos relembrar: este país pertence-nos, e em democracia os governos devem preservar essa verdade, ou estarão perdidos.
3. Nas últimas semanas o povo português deu uma lição de cidadania a si próprio. Mostrou que, com informação, mobilização e firmeza uma população muito diversa politicamente pode obter vitórias decisivas perante os poderes no país e fora dele. A sociedade portuguesa é, hoje, mais madura que a sua política.
9 thoughts to “Propostas para este milénio (1)”
morrem 3 milhões antes de chegarmos lá
A Teresa Horta e a io apolóni a não chegam de certeza
os Távoras esses de certezinha ele há tantos
o mangalhães idem
é que é depois de 2030 boss
e a maioria das gorduras de 70 a 90 anos que leêm iste num cheguem lá
e brigade plo blokeie….no fundo no fundo desperdiçei tanto ex-voto em são sebastião mais uns – um,
Nas últimas semanas o povo português deu uma lição de cidadania a si próprio (ou seja a todos os não cidadãos resident evil).
Mostrou que, com pouca informação,fanatismo, mobilização e firmeza perante uma polícia passiva toda a greve prisional sucede
uma população muito diversa politicamente desde bufos da Pide com 70 anos a sindicalistas com 60 e anarcas de todas as idades e reformados sem passe social pode obter vitórias decisivas perante os poderes no país e fora dele (é verdade olha os sírios e os líbios aquilo são só vitórias da dívida…. A sociedade portuguesa é, hoje, mais madura quase podre que a sua política e as reitorias e conselhos fiscaes mandam mais que a restante cidadã anã manias….
Lamentamos muito, mas as nosssas propostas andam todas bloqueadas.
E o novo milénio já nasceu velho.
O milénio do conselho de estado já foi ultrapassado há muito
88+80 e tal+70 e
é só fazer as con tásse?
não?
Lamentamos mas agente nã tem habilitações para propor
Não propõe quem quer
…………..chegarão lá, se o país chegar também!!!!!!!!!!!!!!!
POIS!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sempre muito oportuno o Rui Tavares!
Conhecendo o País, por nele andar, em se ter que mostrar!
3. Nas últimas semanas o povo português deu uma lição de cidadania a si próprio. Mostrou que, com informação, mobilização e firmeza uma população muito diversa politicamente pode obter vitórias decisivas perante os poderes no país e fora dele. A sociedade portuguesa é, hoje, mais madura que a sua política.
Não creio. Muitas pessoas apenas mobiliaram-se por sentir a mão no seu bolso. NO meu pequeno circulo, noto que o anuncio das medidas substitutivas nem manifestam o mesmo desagrado.
PEssoalmente, lamento o princípio subjacente a estas soluções, lamento o seu erro de fundamentação, de ideologia e, mais, lamento, que a reacção das pessoas seja a titulo idividual, como se mexer nos escalões de irs não fosse reflexo de um ato de violência identico ao da tsu.
Não assisto a nenhum primado da liberdade civica sobre a liberdade individual.
Pois boss nas últimas 3 semanas ou 4 anos tanto faz, as massas amorfas e com propósitos tão diversos desde o viva salazar (que por acaso já está morto acho eu e nã dá pra ressuscitar) até são todos gatunos especialmente as tres geraciones de Mários e Silas que nos deram livre la nazion…
Logo nem para o próximo século ou década a desfragmentação eurropeia e de putocalé junto tá segura quanto mais o Reich do Milénio da Couve de Xelles…
é bruto boss, se o québec num se afastou do xarope de ácer e do bacon canadiano
As lições do grande político que foi Tito mostram que as uniões feitas com fita cola duram uns instantes no tempo
uma população muito diversa em motivos rendimentos e I-deo-loggias é a receita perfeita para uma guerra civil ou uma revolução de saques feita
se a grega ou a egípcia ou a síria
tanto nos serve
eu alinho em todas boss…
Deem-nos Money ou Fragmentação
Azores the Porto Riccó do decadente império amarikano
é fragmentação de frutó xocoatl ó fregues
e tudo merce dos grandes hommes putalíticos que reconstruiram a manta de retalhos nazionalle e europeia
morte aos mouros vivam os superdragões…
Para reggio Calabria e em forza
Creta para os cretenses diz Alberto joão
A catalunha somos nós diz a mulher do Pinto da Costa
que o pinto por alturas deve tar sem pio
viva a república brasileira da costa da capa rica
a diversidade económica dá para atropelar os velhos nas manifes
e a velharia desconta nas maleitas desfazendo as mulheres a tiros
no dia em que um encontre outro alvo
pode ter imitadores
por enquanto os assassinatos políticos restringiram-se as juntas de freguesia
mas temos um historial de 20 annos bem pintados de sangue e trauliteiros fantasmas
viva o caminhão fantasma boss
vamo-nos a eles ou eles vão-se a nós…
gatunos ladrões cabrões opotunos né…