Não, caro leitor, não é isso que a Lei de Gresham diz: ela diz que moeda má expulsa a boa “quando a taxa de câmbio é fixa”. Neste caso, a taxa de câmbio seria flutuante — a ideia é mesmo essa.
Como uma grande série televisiva depois do recesso estival, a crise da zona euro regressa para a sua terceira temporada, e todo o mundo ansioso para saber a resposta às grandes questões: irá a Grécia sair? que acontecerá à Espanha e Itália? este Hollande é melhor do que aquele Sarkozy? irá finalmente a Merkel apaixonar-se pelo Eurobond?
Em antecipação, ofereço nesta crónica uma espécie de quebra-cabeças para dois problemas de longo prazo da União Europeia e do euro — os problemas de curto prazo continuam a ser os mais difíceis — com proposta de solução.
A União Europeia tem um grande problema a prazo: só conseguirá sobreviver à crise do euro com o reforço institucional da moeda única, que inevitavelmente deixará de fora o Reino Unido. O euro tem outro problema a prazo: a moeda única é demasiado forte para que algumas das suas economias, de Portugal à Itália, sejam competitivas.
Pergunta: como resolver estes dois problemas ao mesmo tempo, sem alterar nem violar os tratados europeus, assegurando o euro e aproximando os britânicos da União?
Pode tirar um momento para considerar o problema. No próximo parágrafo, uma resposta que lerá aqui pela primeira vez.
Segundo os tratados, o euro é a moeda única da União e deverá ser adotada por todos os estados-membros. Todos? Não. Exceto o Reino Unido e a Dinamarca, que obtiveram uma derrogação específica para as suas divisas.
Que pode então fazer a União? Muito simples: determinar que a libra esterlina (e a coroa dinamarquesa) são moedas de trabalho na União. Para isto basta uma codecisão do Parlamento e do Conselho, após consulta do Banco Central, como determina o artigo 133 do Tratado sobre o funcionamento da UE. O uso das moedas de trabalho decorreria de legislação nacional, ou seja, só ocorreria nos países que o pretendessem. Se o Reino Unido aceitasse o arranjo inverso resolveria um dilema político: como reforçar o seu papel na União sem entrar no euro.
E que ganhamos nós com isso? Como o euro e a libra flutuam entre si, isso permitiria a certos países tirar partido da desvalorização relativa de uma das moedas. As nossas exportações ficariam mais baratas (e as importações mais caras) sem sairmos do euro. (Não passaríamos a tirar libras no multibanco; a presença das moedas de trabalho seria parcial e virtual, por exemplo limitada a alguns contratos de fornecimento de mercadorias ou serviços pagos por transferência eletrónica).
Na prática, isto corresponderia à reintrodução atenuada do bimetalismo que reinou durante séculos, quando se podia escolher entre uma divisa de ouro ou de prata (o euro e a libra seriam como os dinares e os dirâmes do apogeu do mundo muçulmano). Uma nova mudança na legislação nacional bastaria para voltar apenas ao euro.
O penúltimo parágrafo está reservado para o leitor que está neste momento abanando a cabeça, dizendo que isto nunca funcionaria porque “a Lei de Gresham determina que a moeda má acaba expulsando a boa”. Não, caro leitor, não é isso que a Lei de Gresham diz: ela diz que moeda má expulsa a boa “quando a taxa de câmbio é fixa”. Neste caso, a taxa de câmbio seria flutuante — a ideia é mesmo essa.
E pronto, acabou a crónica: isto não resolveria o nosso problema imediato da dívida, nem criaria os eurobonds que são a única hipótese de a moeda única fazer sentido um dia. Mas ajudaria a União a ficar mais unida enquanto as economias nacionais ganhavam margem de manobra. Só tem um problema: não vai acontecer, porque os autores do guião europeu não têm imaginação que chegue.
11 thoughts to “Final alternativo”
Quando um governo de motto continuum compulsóriamente (já não leva assento par lamentar) valoriza um dado tipo de moeda e desvaloriza outro, o que ……… abandona a circulação ou o país em causa e o que foi sobrevalorizado e não vale o papel em que está impresso inunda a circulação fiduciária.
é isso que u gresh diz
Um exemplo caro elève bruxxelliano orwellianu, um indivíduo da classe média nos anos de 49-50, comprava dólares mandando notas para portugal de 100 mél réis para as comprar e vendia-as aos chineses por ´mais do dobro em patacas do que estes custavam em escudos
Confuso?
Porqué que os chinocas trocavam patacas e mesmo notas de 500 mélréis
por notas de dólares que valiam apenas uns dois centos de escudos?
porque eram parvos obviamente
porque é que as notas tinham de vir da metrópole e não as vendiam a qualquer um que não fosse de bons costumes no BNU de macau?
quem sabe, provavelmente não se apercebiam da procura ávida dos mercados chinocas né?
eram gente distraída…
Repare-se que se usa o nome merckel como pejorativo
quando apenas faz o que todos os políticos fizeram desde que esta manta de retalhos foi criada
proteger os interesses nacionaes em detrimento dos da pseudo-união
ele diz é que a moeda sobrevalorizada inunda os mercados
e que a outra é entesourada seja virtual como os german bonds ou não
acho que o camarada oversimplifies
de resto a boa europa tem uma hipótese de fuga da má eurropa do eurro (e a libra está a tentar fugir há anos, os americanos é que não a deixam
a libra imperial tá mais kapput que o eurro
de resto a primeira revolução começou em londres…
é sintomático fazerem-se festas imperiais nos impérios já decadentes
e apesar de tudo a banca inglesa perseguida pela sua concorrente americana nunca abraçaria ajudar a 3ªconcorrente a moeda mundial
pois a libra pouco mais é hoje que o franco suiço…
e a sua banca está mais enfraquecida que a europeia
e é uma questão de escala…
mas acredite nas suas ficções, são melhores que os bit con’s perdão coin’s e os títulos de dívida do império lunar e dos reinos da ursa maior..
é que a eurropa está na fase querias fiado? toma.I.
se fossemos uma sociedade mais evoluida como os incas ou os maias, faziamos uns sacrifícios humanos rituais e voltava-se a ter confiança na persistência da volátil moeda
agora comprar eurobondes para 2022 de uma moeda que pode não passar de 2020 se as coisas correrem moderadamente bem, de resto uma crise global, financeira, demográfica e alimentar ainda por cima
com inflação desconhecida e perda de poder de compra pelo hemisfério dito ocidental, não pressagiam um bom futuro para bondes
e para padrões de ouro falso feitos de libras e coroas
Como disse assis há pessoal aí anónimo dedicado a assassinar o carácter de coisas bem caracterizadas
Boss se mecê quer assassinar o carácter do tal Euro faca-o anonimamente como os restantes
Que pra falta de con fiança e de con fiados já isto anda cheio….
Cá por mim era melhor trocarmos as taes libras virtuaes por libras de farinha que devem dar um jeitão para fazer pão virtual no facebook.
já agora boss, mecê pôs este artigo no fazebook?
devia ter muito mais aderentes
Que tal inventarmos uma moeda virtual chamada constituição?
Constitucionalmente daria dinheiro a todos com confiança suficiente para a utilizarem como fazem com a bandeira, mas um bocadinho mais no fundo do rego, como o raul….
Se não se importasse boss, dê-nos uns 3 milhões de constituições aqui pó burgo, que o pessoal aqui já nem vai ao cobre
com medo de ficar na estrada…
Os agricultores chilenos, dizimados pela seca e os filipinos com o arroz afogado em metro e meio de água e arrastado por torrentes de lama, devem estar mesmo a preocupar-se com a europa.
É de um etnocentrismo atroz, como aquele caboz atroz professoral da FENPROF, quem se arma em defensor das maiorias silenciosas e depois colhe os louros.
Salvou-nos da ruína, salvou-nos do Cunhal e da sua união, pois nestas coisas de todo o mundo, não há ninguém que prefira finais alternativos?
Para aqueles que ganham 200 euros e menos, principalmente as dezenas de milhares que pouco têm, o euro não lhes diz nada e muitos deles teriam preferido ser escravizados nas bichas das batatas e das baratas do rublo soviético, a viver dos caixotes de lixo do euro.
Bolas já é a segunda vez em trinta anos e a terceira em 38, que há moles de gentes que preferiam o Salazarento ou o marcelismo dos marcelinhos de alumínio ao cobre e cupro-níquel de euros feito.
O Camarada sabe que até as moedas de 20 mél réis em prata salazarenta voltam a ser cobiçadas por avantesmas de todas as áreas políticas já na 3ª e 4ªidades?
E mesmo maralha quarentona e cinquentona arenga nas ruas, por falta de electricidade para a interneta, presumo.
E o que eles e elas dizem, é que preferem que a burguesia desça ao seu nível de miséria, para saberem como é, do que eles e elas se levantem ao nível da burguesia.
Logo ninguém se importa da catástrofe do fim do euro e todo o mundo confia que o euro é o problema e o seu fim a solução.
Ele há fezes mai maiores grandes
Que as fezes nos dinares em ouro y plata (e platiña )
Cuidado é com o tungsténio misturado no gold…
Pois todo o mundo queria outro 25 de Abril económico
E ninguém queria esta democracia em euros feita
Não era bem aquela república que ele tinha lutado para implantar
Ele queria uma república mais assim à zé do telhado
Com bacalhau a tostão o quilo e sardinha ao milheiro a meio tostão
Fora ele arriscar o couro por uma república destas…
Segundo os tratados, o euro é a moeda única da União e deverá ser adotada por todos os estados-membros. Todos? Não
A polónia, o forint húngaro, a coroa checa o lei…etc estão fora da união? Se se optasse por essa Ucronia, não se poderia optar pelo zloty em vez da coroa da dinamarca?
Que raio é a Dinamarca, com os seus escassos milhões de almas
e se é por uma moeda virtual, pode fazer-se o que os bancos locais fizeram durante tantos anos na Grã-Bretanha
A capacidade de emitir moeda em papel, notas do Ulster Bank, do Anglo-Irish etc
IS PAPER MONEY JUST PAPER MONEY? EXPERIMENTATION AND LOCAL VARIATION
IN THE FIAT PAPER MONIES ISSUED BY THE COLONIAL GOVERNMENTS OF BRITISH
NORTH AMERICA, 1690‐1775:
PART I
By
Farley Grubb…um gajo chato à brava
Por Falar em finaes d’Alterne nativos
SUMMARY
Many economists expect catastrophic consequences if any country exits the euro. However, during
the past century sixty-nine countries have exited currency areas with little downward economic
volatility. The mechanics of currency breakups are complicated but feasible, and historical
examples provide a roadmap for exit. The real problem in Europe is that EU peripheral countries
face severe, unsustainable imbalances in real effective exchange rates and external debt levels that
are higher than most previous emerging market crises. Orderly defaults and debt rescheduling
coupled with devaluations are inevitable and even desirable. Exiting from the euro and devaluation
would accelerate insolvencies, but would provide a powerful policy tool via flexible exchange rates.
The European periphery could then grow again quickly with deleveraged balance sheets and more
competitive exchange rates, much like many emerging markets after recent defaults and
devaluations (Asia 1997, Russia 1998, and Argentina 2002).
KEY CONCLUSIONS
> The breakup of the euro would be an historic event, but it would not be the first currency
breakup ever – Within the past 100 years, there have been sixty-nine currency breakups.
Almost all of the exits from a currency union have been associated with low macroeconomic
volatility. Previous examples include the Austro-Hungarian Empire in 1919, India and Pakistan
1947, Pakistan and Bangladesh 1971, Czechoslovakia in 1992-93, and USSR in 1992.
> Previous currency breakups and currency exits provide a roadmap for exiting the euro –
While the euro is historically unique, the problems presented by a currency exit are not. There is
no need for theorizing about how the euro breakup would happen. Previous historical examples
provide crucial answers to: the timing and announcement of exits, the introduction of new coins
and notes, the denomination or re-denomination of private and public liabilities, and the division of
central bank assets and liabilities. This paper will examine historical examples and provide
recommendations for the exit of the Eurozone.
> The move from an old currency to a new one can be accomplished quickly and efficiently –
While every exit from a currency area is unique, exits share a few elements in common.
Typically, before old notes and coins can be withdrawn, they are stamped in ink or a physical
stamp is placed on them, and old unstamped notes are no longer legal tender. In the meantime,
new notes are quickly printed.
O medo joga forte nestas crises, muitos há que alimentam esse medo.
Muitos há que não o temem, pois têm lugares assegurados em qualquer moeda partidária ou apartidária.
De resto para obviar a falta de trocos metálicos, durante os primeiros anos da república, 1915-17? creio houve emissões de cédulas de 50 centavos e de 1 escudo por parte da indústria aos seus trabalhadores
No presente caso cada estado poderia cunhar as suas moedas de vila praia de âncora com uma âncora…
tirando isso….Libras na falência e Coroas checas ou dos danes tão ok
Os links activam a moderação é?
é…
What monetary arrangements for an independent Scotland?
Lawrence H. White1
The possibility of Scotland’s return to political independence raises the question: what sort of monetary arrangements would be most appropriate for an independent Scotland in the twenty-first century?
Ler os semelhantes sobre break-up coins como trabalho de casa
Por falar nisso professores de economia-matemática e tipos que se metem nisso acabam com uma bala nos cornos nos algarves
Barry Eichengreen
Working Paper 13393
http://www.nber.org/papers/w13393
NATIONAL BUREAU OF ECONOMIC RESEARCH
1050 Massachusetts Avenue
Cambridge, MA 02138
September 2007
começar com este que apareceu no mês a seguir à falência do Nort-Am
first bank a ir ao ar
e ir descendo…
em caso de redenominação da moeda em libras todos os factores ligados o day count convention para o euro são 360 dias…a lira por exemplo tinha 365 dias
pormenores técnicos impedem essa reconversão “bi-Bi”
Porque não usar cauris ou o wampum americano ou mesmo rolos de tabaco?
3 de Setembro de 2012 at 1:52
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não este tamém tem um link
iste da interneta é mêmo con fuso né…imagina quisto era moeda corrente…..Belke: Doomsday for the euro area
este é do piorio…e não tem em conta tanto cenário…
se calhar o outro do algarve andou a ler disto e pum
a reforma mata mesmo né?
de resto os gregos de Nomura também não ajudam nada
Dimitris Drakopoulos
European Economist
+44 20 71025 846
dimitris.drakopoulos@nomura.com
Lefteris Farmakis
Rates Strategist
+44 20 71039 242
lefteris.farmakis@nomura.com
olha se fôssemos gregos a fazer disto…
A solução dólar-libra de criar mais dinheiro, não resolveu grande coisa.
Uma moeda interna provisória não reforçA uma moeda enfraquecida pela desconfiança e pelo excesso de bitaites sobre essa mesma moeda.
Logo a solução do EurroTavaresRiquista é mais um prego no proverbial euro caixote.
A longo prazo se o euro se safar com a ajuda dos chinks, os jãbaskistas de serviço cantarão loas à merckel
A europa está demasiado fraquinha e dividida para se safar por si só, os 200 biliões que a rússia nos vende podem ser um factor de salvação, mas a guerra fria na líbia leva a desconfiar do parceiro do poder americano
Logo nem a criação de eurobonds que nem resolvem o problema da dívida europeia nem encontrarão compradores a médio prazo, tal como a DÍVIDA AMERICANA, Não são a única porque dificilmente se venderão a longo prazo numa europa em guerrilhas e desconfianças permanentes hipótese de a moeda única fazer sentido um dia…está noutros factores.
Morte a Merckel, Serrem o Sarkozy, Hollow the Hollande
viva a libra esterlina e o rublo amarelo…
cai no real pô…
final com alternador pago em moeda fortis…ponha money no Fortis não…
fiduciarius, is in GOD or IN GOOD we trust
trust is only from fides,faith, é cá fé
expansion-for-expansion’s-sake or saké?
sacou?
and the British pound flop?
¦A pegged exchange rate system exists when the value of a currency have fiducia,
only exists if a legal or ethical relationship of trust is fixed to a reference country and then the exchange rate between that currency and other currencies is determined by the reference currency exchange rate
¦Many countries have pegged exchange rates but they are not real empires…
they are small rat’s …
trade the euro for the pound num cria fiducia não…
um regime fixe ou fixo mete travão na desvalorização competitiva de escudo do cruzeiro do cruzado e da lira italiana ou turca e dá estabilidade ao habitaite do world trade environmental ecossisthema
e um regime desses é anti-inflccionário ou pelo menos reduz muito a dita cuja…
eu acho é que hÁ Produtores independentes com imaginação a mais
mas desde que os chinks e hindus vão nessa
cá por mi tutto biene