E a lição política a tirar destas coisas — no país que viveu 1755 — é que para a próxima temos de nos sair melhor.
É um daqueles dias em que escrever sobre algo que não seja a Madeira parece impróprio. Mas também é um daqueles dias em que escrever sobre o que aconteceu na Madeira parece não acrescentar nada.
As enxurradas de lama que desceram as montanhas da ilha levando pessoas, pontes, pedaços de edifícios e carros relembraram-nos — numa pausa da relação enjoada entre o Governo da Madeira e o resto da República — que somos todos o mesmo país. E a lição política a tirar destas coisas — no país que viveu 1755 — é que para a próxima temos de nos sair melhor. Para a próxima as cidades podem estar mais bem preparadas e as populações mais protegidas. Há sempre por onde melhorar — para a próxima vez, teremos de garantir que uma calamidade de dimensões semelhantes provocará menos vítimas.
Mas isso não acontecerá sem planeamento, sem pôr fim à depredação do território, sem ter uma noção permanente de que existe um bem público e de que é para o preservar que a democracia existe. Um dia, em breve, teremos de discutir se — como diz o governo regional — as obras que se fizeram nos últimos anos “salvaram” o centro do Funchal. Ou se, pelo contrário, como há anos denunciam os ambientalistas, a ilha foi excessivamente esventrada por túneis a mais e estrangulada pelas construções de hotéis e centros comerciais às vezes em cima do leito de ribeiras que nas ilhas montanhosas incham sempre, mas sempre, que há chuvas torrenciais. Ou, eventualmente, se ambas as coisas são verdade, e simplesmente não é possível viver sem risco. Depois de acudir às vítimas teremos de fazer esse debate, — ou não estaremos à altura do que nos aconteceu.
***
No país como um todo vivemos outra espécie de enxurrada de lama. Quando os cidadãos perdem a confiança no governo, na administração, na justiça, na imprensa — ou em tudo — isto significa que temos uma crise de democracia.
A sensação de degradação cívica crescente é agora um tema maior. Se o menosprezarmos ele voltará mais tarde para nos assombrar. É preciso ter respostas para uma preocupação que na cabeça das pessoas — se não estou enganado — chega a superar a preocupação com a crise na economia.
As eleições presidenciais são ao mesmo tempo uma oportunidade — e um risco também, já lá vamos — para lidar com este tema.
Eu não sei quem vai ganhar as presidenciais, mas sei como pode ganhá-las. Se algum candidato souber ter um discurso sobre como podemos voltar a ganhar a nossa democracia — contra a exclusão social, contra a corrupção, contra os bloqueios da nossa vida partidária — ganhará as eleições.
Sei — aliás, sabemos todos — que Cavaco Silva não será o candidato capaz de fazer credível esse discurso.
Manuel Alegre e Fernando Nobre são provavelmente os dois portugueses que melhor poderão fazer este discurso. Mas é um caminho estreito, que não pode ceder à tentação do sebastianismo (é este o risco) nem do situacionismo (e seria uma desilusão). Acima de tudo, estas eleições não devem ser sobre como um homem pode ser o salvador da democracia, porque bastaria isso para a começarmos a perder. Mas devem ser sobre como é possível mobilizar a democracia, no país todo e depois em Belém, para que ela se salve si mesma.
Desafio Manuel Alegre e Fernando Nobre a que não comecem esta campanha um contra o outro. Pelo contrário; desafio-os a que a façam desde já em conjunto, numa série de debates pelo país, em que expliquem o que querem fazer nesta campanha e na presidência. Num país que não tem eleições primárias, esta é a clarificação de que precisamos por parte destes dois admiráveis cidadãos.
[do Público]
53 thoughts to “A enxurrada”
Pensei q isto fosse um espaço de liberdade(em q,inclusivé,cada um possa corrigir-se ou acrescentar algo q tenha ficado inacabado). Não. Há um formato q desconheço e ainda processos de intenção. Bem me parecia q n estava fadada para isto. E,por Zeus,dormi descansados!…
primeira parte:
indo de encontro à ideia de debater as cheias torrenciais na Madeira, relembro o que se passou no Reino Unido depois das cheias de 2007. Foi encomendado um relatório a uma entidade independente que lançou um processo de discussão resumido aqui:
http://www.environment-agency.gov.uk/research/library/publications/33889.aspx
É muito útil e interessante este tipo de trabalho. Já para não falar no nível técnico e profissional do relatório. Será também possível na sociedade portuguesa?
Maria, não entendi. Tem a certeza que este comentário era para aqui?
Só agora vi.Sim e não,n é Rui? Mas ‘sei que não’.
As aspas deviam estar no ‘sim e não’.
Maria, por favor, descanse um bocado.
Duas enxurradas consumadas e uma outra potencial, a questão é escolher de que tipo poderá ser a que se segue. Depois da enxurrada de asneiras veio a de lama, e agora, qual virá? Mais asneiras? Ou um quadro de iniciativas e modos de gerir a coisa pública que, no limite, poderá ser expandido ao país todo? Esta sim, seria uma enxurrada bem vinda.
Quanto a Belém, as coisas estão pretas. Para já Cavaco pode gerir o esfíngico silêncio enquanto os mosquitos se picam uns aos outros ao seu lado. É pena.
E por falar em Cavaco, o homem vai/foi à Madeira – fará algum comentário?, ou optará pelo modus operandi habitual, erigindo mais um tabu?
— Sr. Presidente Sr. Presidente, o que acha do estado calamitoso em que isto está?
— Gheee… não comento, gheeee… guardarei para mais tarde os comentários que há a fazer numa situação destas, gheeeee…
— Mas já lá vai quase uma semana Sr. Presidente!
— Gheeee… não leio jornais, estive em Pulo do Lobo, ghheeeee…
Caro Rui Tavares,
Estou totalmente de acordo com a sua proposta expressa no último parágrafo deste seu artigo de opinião. No entanto, temo que ambos os candidatos não estejam muito interessados na realização desses debates: Manuel Alegre porque os debates aumentariam a visibilidade e credibilidade de Fernando Nobre; Fernando Nobre porque nos debates seria obrigado a concretizar melhor o que defende, perdendo assim a áurea de “acima-da-política-nem-Esquerda-nem-Direita” que tem tentado passar. Sendo assim, acho que apenas um apelo público, subscrito por personalidades públicas, como o Rui Tavares, poderia colocar pressão política suficiente sobre MA e FN para que eles ponderem aceitar tal desafio. Simultaneamente, a direcção do BE teria todo o interesse em tentar convencer MA e FN a participar em tais debates. Pois, tais debates serviriam para mitigar algum descontamento interno e entre apoiantes do BE com o apoio expresso pela direcção do BE a Manuel Alegre.
Com os melhores cumprimentos,
Pedro Viana
Marco Aniceto,fez-me rir de bom grado,relativamente ao conselho q me deu. Sim,q eu sou capaz de rir de mim própria… E gostei do seu texto.
É Marcos,desculpe.
Caro Rui,
gostaria de sublinhar o comentário do Pedro Viana e de reiterar que seria desejável que nos juntássemos, alguns dos que defendemos que não há democracia sem participação igualitária dos cidadãos tendente a democratizar o exercício do poder político (tanto a divisão política do trabalho como a divisão do trabalho político), para interpelar, talvez não tanto os candidatos, mas sobretudo as candidaturas que se anunciam ou venham a anunciar invocando a cidadania, os movimentos dos cidadãos, outras maneiras de fazer política e/ou de fazer da política uma expressão e uma conquista de autonomia colectiva e de cada um na vida de todos os dias.
A questão é que vamos ter dois candidatos que se reclamam do reforço da cidadania activa e da democratização do regime (termo que devemos nós usar, ainda que eles não o usem) cujas campanhas extremamente centradas nas suas pessoas, “competência” e “fiabilidade” correm o risco de ter efeitos opostos aos dos objectivos proclamados (culto do homem providencial, crença nos méritos de uma direcção política superior ou na aplicação de soluções que não passam pela formação de uma vontade política na base, etc.). Ao mesmo tempo, sabemos também que seria fundamental lutar contra aquilo a que tenho chamado o recentramento ou reciclagem anti-democrático do regime em nome do bom funcionamento da economia, da necessidade de pôr isto na ordem, de haver quem mande, impondo a uma “democracia” mais ou menos suspensa as receitas “apolíticas” necessárias…
Convido-te também a dares uma vista de olhos, para ver se estás disposto a assumir com gente como nós uma tomada de posição pública, mínima, mas distintiva, aos posts e caixas de comentários que têm aparecido no blogue da Joana Lopes sobre a questão das presidenciais, e onde encontrarás, entre muitas outras, reflexões da própria Joana Lopes, do Miguel Cardina, do Pedro Viana e deste teu sempre interessado leitor e interlocutor. Ver, sobretudo, os posts – e suas caixas de comentários – chamados Sobre uma Candidatura Anunciada, Mon AMI e Não É Nobreza, É Nobritude – em http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.com/
Enfim, se os considerandos das tomadas de posição que te indico te parecerem poder servir de base a qualquer coisa como a proposta do Pedro Viana, diz qualquer coisa, e veremos então o que se pode fazer.
Até lá, cordial abraço
miguel serras pereira
Como, se não aqui(helas)?:
…??!!!… O que o Horto foi de imprevisível foi ‘o mt longe de’ e que ‘aconteceu’ [sonhado semanas/ meses(?) antes]. Não esperado,inesperado,
imponderável. Absolutamente imprevisível foi o seu sequer possível devir. E é lindo. Tendo embora (re)começado por uma genuína (um pouco infantil)vontade de lhe mostrar o meu apreço e o seu valor. Nunca quis ou premeditei nada [como se viu(-ê)…]
A responsabilidade ética e ‘o movimento espiritual’ pedem-me {independente e
autónoma [tanto qt se pode(m)-ou deve(m)ser]} outro caminho,ainda desconhecido.
E tenho dois cincos na minha idade
P.S. Belíssimos os textos de miguel serras pereira e Pedro Viana,de oportunidade,inte-ligência e ‘sensatez’. Bons ventos os acolham
P.S. Belíssimos os textos de miguel serras pereira Pedro Viana,oportuníssimos,inte-ligen
As duas últimas linhas não é para lá estarem.
Estou tudo menos ‘psicopaticamente’ e ‘amoralmente’ fria.
A ‘consciência’ deste ‘sentir/saber(?!!)’ tem ‘pouco mais de um semana’. Não foi fácil nem leviano e só Deus sabe ‘o q custou’. Mas « mais ‘no princípio’» não podia ser… E não calcula como dou razão aos ventos.
A questão do ‘aqui’ referia-se a ‘público’.
Escrevi os 2 últimos textos antes de ver ‘Ruptura Vizela’ (recentissimamente descoberta) de hoje.
Não estou nada ‘zangada’. A sério.
No dia 5 de Março de 2010,quero-me e peço para ser guiada pelo Espírito Santo,(sem ironia nem lamechice),nesta e em todas as horas.
Voltar a casa é um caminho árduo e longo. Tb inacabável. Em busca de consistência substante,caminhante e significativa (quantas vezes ausentes e a começar por nós).
Os caminhos são pontu(e)ados tb por ‘normas’ e referências,tão importantes as interiores como as exteriores. Ambas em construção e movimento auto-crítico e livre. Con-siderando os demais. Pôr a hipótese de eles existirem,absolutamente outros e ‘iguais’,na diferença,na dignidade e na busca por meios ‘próprios’ (nos 2 sentidos),da vida e do desconhecido,lutados e acordados.
Estou a voltar à minha casa, por minha mão crucialmente. ´
È a partir dela que falo e (n)sou. Esse texto escreverei{Deus me ouça (ou é com 2 s?)literal,’real’ [com todas as imperfeições,sobre as quais(e não só) se debruçará a vigilância para a não distracção(excessiva,pelo menos)]} e simbolicamente.
Não sei se reúno as condições para um relaçao. Séculos de deserto e multidão e defeito a subir uma montanha. E fui eu,certamente tb,q n soube merecer ou abrir-me para as bênçãos
Os dízimos estão todos pagos? Ainda não.
O caminho tem sido de solidão e companhia,nem sempre as mais sábias.
Os caminhos de Deus são,qts vezes,insondáveis,ínvios e amorais,mas não eternamente sustentáveis.
Peço desculpa,o texto anterior não está acabado,nem sequer ‘confirmado’ e pronto para ser publicado. Foi erro meu,sem querer.
Não é agora que terminarei.
Na décima linha(tanto a contar de cima como de baixo) do antepenúltimo texto,deve escrever-se: ‘…[Deus me ouça…(ou será com 2 s?)]…’ e cai a chaveta antes de ‘simbolicamente’.
Tenho gostado mt da intervenção e qualidade havidas entre os que,aqui,têm enriquecido este debate. Que são muitos. Os debates e as pessoas.
Voltar a casa é interior,nada tendo a ver com ‘bairrismos’,espaços ou costumes.Desvirtuá-lo e brincá-lo, como à ‘linguagem religiosa’,n é caminho. Não é ainda o tempo e o modo… E não quero alimentar egos,a começar pelo meu.
E sobre um texto ‘inutilizável’…
Não posso alimentar-nos
Tão pequeno limiar de frustração,modus perandi ‘impróprio’,status quo inexorável,virtual,unilateral e imposto por um qq ser ou destino,têm tolerância ‘zero’ cá por estas bandas. Os séculos tb têm sido de virtual e palavras. É q já não posso com adolescências serôdeas. E a começar pelas minhas.
É ‘operandi'(1ª linha,texto anterior),claro.
Eu queria,mas os sonhos (que nos levam sempre a sério)não só me disseram o que estava a acontecer,como para não alimentar mais. Era satisfazer o meu ego,1º, mesmo q dp mostrasse um par feliz e diferenciado (ela portuguesa e ele estrangeiro-nórdico–meus conhecidos),com ela alimentando-o à-na boca. Eu(?) recuada a ver o par e ou outra voz,dizia ,com doçura e boa vontade, que agora já não podia ser mais. A seguir,que eu devia era ter fé como o povo,genuína e colectivamente. Como deve calcular,até para mim, é um escândalo e contra-natura (mas isso já o é há mt tempo). Tenho tb uma questão pessoal e ‘afectiva’ (mesmo q ‘virtual’)ainda não resolvida.
Além disso,ninguém pode afrontar o epaço do outro e os seus direitos,entre outos, de ‘não avançar’. Ninguém está acima de não poder ter e ser. Da perda. Temos que trabalhar os nossos ímpetos predadores e invasivos.
P.S. A questão(como mts outras) dos sonhos é para ‘aferir’. Mas é séria. Deus me guarde da razão apenas cartesiana e positivista,necessárias mas curtas,cegas e,pour cause,’amorais’,qd tomadas como ‘único critério’.
Que os meus mestres são o espírito e a procura,ainda não truncadas,renascentistas.
Claro que a ‘Grécia’ tb tem culpas no cartório. Mais os alqimistas medievais.
E C.G.Yung,que mos deu a ver(aos alquimistase a ‘quase tudo’) quando deles precisei,e o meu médico,mesmo antes da minha estadia por 6 semestres(3 anos)no seu Instituto em Zurique(kusnat).
A minha consideração por si continua intacta. Qt à aprendizagem das lições da História,é como tudo: há para todos os gostos. Há mts formas de comunicar,mas recuso a imposição. Preciso de diversidade, equidade e acordo, sob pena de nada florir. Ninguém deveria buscar e conquistar ‘tesouros’,que não fosse por suas mãos e só os que lhes coubessem nos bolsos. Não tenho certezas. Tudo e todos (a começar por mim) estão sob análise e exame. Esta é a verdade que sinto dever e poder dar. A mim e aos outros.
Do antepenúltimo texto,deve escrever-se ‘Küsnacht’.
Without a bone and in a storm I’ve been living for ages. How?… To take you by the hand and make you understand? Don’t want to know… Here? How come? It is not enough exposure? If you knew you would care. Do you know how to go trough death and,without a single hand,cross it,for the duty of life? You’re such a boy… And lovely. Don’t think I’m not humble and astonished by all this… And I never wanted to hurt or harm you.
Não só equidade,mas presença e cuidado. E das ‘lições’ estava a falar das minhas,não tendo percebido ou querendo ‘menosprezar’ o seu ‘quadro’.
‘…through death…’
‘Par delicatesse j’ai perdu mon âme’… et sa récupération (vraiment une odyssée) ce que j’appele ‘chez moi’.
And I’m sure you were very and well loved by ‘them’… weren’t you?
Não sei alemão…
No 1ºsonho (antes do H.),estávamos ambos em movimento ascendente,em sítios diferentes,mas voltados um para o outro,quase no cimo de uma montanha. Era dia e os tons castanhos claros/quase dourados. Era ‘nítida’ e intensa a atracção mútua. É de Vizela?
Tinha dado espaço(s) antes da pergunta,mas a tecnologia não deixou.
Mais importante do que já me ter exposto,provavelmente,ao absoluto ridículo,é a necessidade do ‘vaso’ de recato e ‘do tímido percurso'(A.R.Rosa),tão necessários à minha natureza e ao desenvolvimento do devir,que está em causa,no aqui e assim. Não é para fugir a responsabilidades ou excluir a abertura ao e a implantação no mundo. É um modo de ser e precisar que,mesmo à distância,se pode concretizar de uma maneira outra,mais propícia à ‘abertura’ e movimento. Não quero impor ou ‘exigir’ nada,mas atender ao meu ser e necessidade,também. Entende?
…???!!!!!!….Não percebi DE TODO! E você TB NÃO! E sei q só quem n escreveu cartas de amor é ridículo…THAT’S NOT THE POINT!!! Tão bom q é rotular e,assim,’despachar’ pessoas. E ,se quer saber, o estado era de sobriedade total. E não costumo ver lagartos a subir pelas paredes… Temos de considerar q é uma visão curta e estereotipada da ‘coisa’… E de q lado,afinal está o ‘centralismo democrático’???…
Da alma,afinal,não queremos nada (aliás,onde está ela? Na ponta do bisturi não será…!). Há mt q n estou e sou de acordo com as (previsíveis) expectativas a aprovação dos outros. HELAS… E qt a caminhos e métodos fáusticos,stalinistas e au dessu de la mêlée,passamos a estar conversados. Não é definitivamente o tempo e o modo…!!!
E bom séjour na China.
‘When I am good,I’m very good. But when I am bad,I’m even better…
Falta a aspa no fim.
Os killers on the road não estão onde os apontam.
Nem onde parece. O verniz é fino… e era preciso q acertassem no alvo.
P.S. A ‘China? era ‘longe’. Mas cada um enfia a carapuça q lhe convém. E há gente mt sensível…
A ‘justa ira’,por mts razões q tenha,pode levar à injustiça e unilateralidade das ‘paixões’. Activa a violência (tb necessária em mts casos e bem) que pode ficar-se pelas energias mais sombrias e obtusas. Não é isso q quero e sou.
Do sentido da vida e do movimento, caberá a cada um descobrir e ajustar ao q for considerado,mesmo com dúvidas,’melhor’ em cada tempo,interior e exterior. O meu é,por ora,de recolhimento e transformação. E se há coisa q os anos,reflexão e sensibilidade me têm mostrado, é q o conhecimento,a consciência e a inteligência ( multímodos e carentes dessa mesma diversidade) são bons e necessários, mas não ultrapassam a suprema compaixão (sem um pingo de condescendência ou m-paternalismo) no seu sentido etimológico e essencial.
Por quem é, pelo que nos dá e me deu,bem haja, Rui.
Ne faites plus ça… Viens…
~
o 2º livro a haver (?) (tendo sido o 1º ‘a ante após até’,de 1996:
‘Canto os meus,minhas gentes,
meu caseiro,minha criada de me ir
criando,
a Isabel que sonha(ava) ainda ver o aeroporto
antes de morrer,
o Luís da loja da minha aldeia
onde tudo estava à mão
da inteligência e do coração
barriga grande
fundas as enfileiradas arcas
entre o rectângulo e o negro
dos feijões,do grão,da farinha,do açúcar
de sonhos há mais de quinhentos anos
encontrados
e de muitos mais mil anos sonhados…’
Como resistir?… Sabes que sou desdentada e gorda?…
‘Vou buscar em ti
aquilo que trago no coração
e não só do que sou tenho fome…
do olhar que te dou e do que vi
quero a diferença a lucidez a ilusão
postas em dor e alegria e mote
doutra coisa que é mais e menos do que tu e eu
mas aquilo que trago no coração
asas abertas pelos atalhos do monte
leva-me ao frio,ao grande vulcão
onde infinito é o caminhar da fonte
e tu meu amor as rosas e o pão.’
Claro q é ‘Do livro a haver…’ e ) dp de 1996.
…
E claro q não é só ‘das minhas gentes’, nem ele virá a lume dependente de qq coisa q n seja por uma necessidade interior. Que,de momento,é mt mais ‘um processo’ para mexer comigo e me obrigar a ‘activar’ outros processos,agora q tive de suspender a minha actividade profissional.
Desculpe tê-lo tratado por ‘tu’.
IT’S OVER! You asked for it. And not to call names…
‘… And not to call you…’. Tão, tão e, afinal, tudo igual… Olé!
E tolerância ZERO!!!
Farta de semi-deuses. ARRREEE…! Homens é q nem vê-los! A verdade é construída e cuidada,não bisbilhotada e afrontada com actos,meios e omissões q ficam com quem os pratica. E qd pensávamos q o burro já se tinha habituado à falta de comida, o raio do asno morre…! Estranho… Descer dos palanques e elevar-se, pelos próprios meios,à dificuldade e dignidade puramente humanas, é que não. É uma maçada. E um risco e uma ‘lei’ a q só os humanóides têm de se sujeitar. Que tudo vos faça um belíssimo proveito