Uma conspiração de espertos – A minha última crónica da semana no Público.

“Ambas as candidaturas oriundas do mesmo grupo parlamentar municipal foram, portanto, invalidadas pelo tal juiz próximo do presidente da câmara. Mas para lá das suspeitas agora lançadas pelo juiz, também seria interessante saber mais sobre o mérito da decisão, que repousa sobre o facto de as assinaturas recolhidas para validar as candidaturas não estarem nas mesmas páginas onde estaria a lista de candidatos. Isto pode parecer um detalhe, mas é nos detalhes que o diabo vive. Sónia Amado Gonçalves entregou 11 mil assinaturas; Isaltino Morais 31 mil. Mais do que é necessário para registar um partido político e quatro vezes mais do que é necessário para apresentar uma candidatura à Presidência da República, respectivamente. Ora, não parece descabido tentar perceber se as pessoas sabiam o que estavam a assinar, ou se as suas assinaturas foram recolhidas pelas duas candidaturas (espera-se que separadamente) como se fossem para qualquer outro propósito. E seria bom que a discussão sobre a possível parcialidade do juiz, que se deveria ter recusado a julgar, não nos impedisse de julgar sobre a fidedignidade das candidaturas.”

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