Imagem: LUSA

“Após a catástrofe nacional de passado dia 15, é obrigatório discutir um Plano Marshall — a referência é batida, mas entende-se rapidamente o que quero dizer — para o interior do país e para as zonas afetadas. Discuta-se a proteção civil, sim. Mas se não se discutir já a recuperação económica e social corremos o risco de abandonar estes portugueses uma vez mais. Se não discutirmos já a valorização das pessoas e do território, não estaremos a fazer justiça às vítimas.

Porquê? Porque é urgente e porque é possível: o Orçamento de Estado para 2018 acabou de dar entrada no parlamento. Eu respeito o partido que — ao invés de aproveitar o momento para marcar pontos mediáticos — diga o seguinte: “estamos dispostos a sentar-nos à mesa do orçamento para o alterar na especialidade tendo em conta a nova situação no interior do país, e estamos dispostos a fazê-lo mesmo que isso signifique que algumas das boas notícias do orçamento não possam agora ser tão generosas como antes se pensava”. É impensável que este orçamento possa ser aprovado sem um plano substancial e decisivo para a recuperação do interior e das zonas de catástrofe, que nos permita depois pedir também a ajuda da UE para um novo pacote do Fundo de Desenvolvimento Regional dedicado à reconversão da floresta portuguesa. Ou há solidariedade entre portugueses ou não teremos moral para exigir solidariedade aos outros.”

Excerto da minha crónica de hoje no Público.

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