Estamos, talvez pela primeira vez, perante uma geração de monárquicos já destituída de qualquer cultura monárquica. Aculturados que estão pela República, não têm já narrativa ou ritual próprios.

Uma coisa é certa: para haver um escândalo em Agosto tem de ser protagonizado por esquerdistas, pobres ou minorias étnicas. Se for uma acção de meninos-bem ninguém lhes teme as razões de queixa — que não têm — nem lhes pressente mais ameaça do que a de, na altura certa, os papás lhes arranjarem os melhores empregos. E por isso o país opinativo respira fundo e declara que uma palermice não passa de uma palermice.

Estamos assim livres para comentar com tranquilidade os “guerrilheiros simbólicos” que hastearam uma bandeira monárquica na Câmara de Lisboa. Por mim, dou-lhes nota alta no capítulo da “guerrilha” — subir por um escadote e filmar a cena toda — e nota medíocre no capítulo do “simbólico” — que supostamente deveria ser o ponto crucial da coisa.

Vejamos: temos desde logo um desrespeito pela regra da equivalência hierárquica. Não foi uma bandeira nacional que os “guerrilheiros” roubaram para substituir por uma bandeira monárquica. Eles próprios se subalternizaram roubando antes a bandeira da cidade. Uma bela bandeira, a alvi-negra lisboeta, mas uma bandeira de um município e não de um estado soberano. Um guerrilheiro simbólico deveria ter um sentido apurado destas coisas.

Mas há mais. Que fizeram então os nossos guerrilheiros? Subiram à varanda da Câmara Municipal de Lisboa para uma proclamação política, ou seja, aquilo que foi feito a 5 de Outubro de 1910. Estamos, talvez pela primeira vez, perante uma geração de monárquicos já destituída de qualquer cultura monárquica. Para eles, um acto político significa fazer as coisas como os republicanos fizeram. Aculturados que estão pela República, não têm já narrativa ou ritual próprios. Ao recriarem em traços largos a proclamação da República, reconhecem implicitamente que a narrativa republicana é, afinal, a história mais sedutora e interessante de que se lembram. Ao subir à varanda da Câmara Municipal de Lisboa, estes monárquicos acabaram prestando vassalagem ao simbolismo da República.

Resta assim a bandeira. Mas já lá vamos.

***

É pouco notado que o povo português é provavelmente dos mais republicanos na sua atitude. Os portugueses não têm qualquer interesse por dinastias políticas nacionais — ao contrário dos republicaníssimos EUA — nem pelo fausto presidencial — ao contrário da republicaníssima França. Não era costume dizer-se que Mário Soares era um “rei republicano”? Sim, é verdade que o povo tinha uma excelente relação com o Presidente Soares. Mas a história dessa mesma relação se encarregou de refutar a tese do “rei republicano”: não só uma “dinastia Soares” nunca foi bem aceite como a terceira candidatura do ex-presidente foi recusada sob o argumento bem republicano de que “já lá esteve e deve dar lugar a outros”. QED.

Agora a bandeira. Muitos republicanos admitem que a bandeira monárquica é mais bonita do que a republicana, e por uma razão simples: é verdade. O azul-e-branco é menos cacofónico do que o verde-e-vermelho, embora se destaque pouco contra o céu, o que é um problema para uma bandeira. Mas são cores que evocam o mar e fazem lembrar uma casa alentejana acabada de caiar. Também a bandeira da Presidência — semelhante à da República mas apenas verde sem vermelho — é uma bandeira muito bonita. Admiti-lo não é um sacrilégio. Por mim, poderíamos até passar o verão de 2010 a discutir possíveis novos desenhos para a bandeira. Com civismo e espírito democrático. À boa maneira republicana.

21 thoughts to “Monárquicos prestam vassalagem à República

  • Frederico Duarte Carvalho

    Caro Rui, antes de mais parabéns pela tua eleição para o PE. Fomos adversários políticos (eu pelo PPM), mas como dizia Churchill, não és meu inimigo… Rui, estou a viver durante uns tempos nos arredores de Londres, que, como sabes, é a capital de uma Monarquia. Quando fores para Bruxelas, que como sabes, é a capital de outra Monarquia, aproveita para ir visitar a Holanda. Que é outra Monarquia. Se tiveres tempos para viajar pelas redondezas, como a Noruega, Dinamarca e Suécia, saberás também que são Monarquias. Mas, se não gostares de países frios, há ainda muita calor nas praias do Reino de Espanha, que é onde vive, por exemplo, o comunista Saramago.
    Rui, sei que para alguns é uma tranquilidade saber que o mais alto cargo da Nação está ao alcance de qualquer um, como é o caso do actual filho de um gasolineiro. Só que o sistema está inquinado, que te o diga a Manuela Magno 8que também foi nossa adversária pelo PH e que, há uns anos não a deixaram ser candidata à PR). O Presidente da República é um lugar que pertence em exclusivo aos partidos políticos e, Mário Soares só não foi eleito porque não queria: estava a fazer um favor a Cavaco Silva, fruto dos estranhos pactos que remontam ao tempo do Bloco Central e de investigações a negócios de armas norte-americanas do tempo de Camarate que nunca se fizeram e deram uma maioria absoluta em 1987 aos PSD – Confuso? Aconselho-te a visitar o meu blogue http://ofimdademocracia.blogspot.com onde está tudo bem explicadinho com os documentos, datas e factos.
    Sou um monárquico que não nasceu em berço de ouro, não há brasões na família, não privo com aristrocratas nem meninos-bem. Mas, um dia, percebi. O problema político de Portugal não foi a Revolução de 1910. Tu como historiador, saberás notar que, em Junho de 1932, quando (em circunstâncias estranhas) morreu no exílio em Inglaterra D. Manuel II, Salazar acabara de formar Governo. O ditador recém-chegado ao poder autorizou o regresso dos restos mortais do Rei falecido e “enterrou” a Monarquia, dando início às trevas. Dominou a República. Os monárquicos, como deves saber, estavam então divididos entre legitimistas e miguelistas, pois D. Manuel II morrera sem sucessão enquanto o ramo de D. Miguel estava exilado na Áustria desde que fora derrotado na Guerra Civil de 1834. Entretanto, Salazar conseguiu fazer regressar a família exilada no coberto da sua longa noite anti-democrática. Procurou garantir que, se um dia dia houvesse uma transição para a Monarquia em Portugal, seria Rei o descendente de D. Miguel, D. Duarte. Acredito, contudo, mesmo com 100 anos de propaganda republicana, acho que ainda há nos genes deste povo um sentimento de que só uma solução legítima, legal e transparente, fará sentido. E enquanto a República e certos monárquicos insistirem na solução D. Duarte, esta República sente-se cada vez mais impune, sem adversário político. Será isso sim, cada vez mais inimiga do seu povo. E a arma para perpetuar isso será a ocultação da História, da nossa História. Pode ser que cada vez mais haja mais que sabem menos sobre esta situação, mas também cada vez mais vejo menos a não quererem saber…
    Abraço

  • Rui Monteiro

    Epá vocês são tantos e escrevem como se representassem o Povo português, falam em Democracia mas advogam um regime que nunca foi sufragado. Claro podem dizer que nunca um regime monárquico foi sufragado mas enganam-se redondamente :

    – Em 1978 o Regime Monárquico Espanhol foi referendado através do referendo à Constituição, foi aprovado por esmagadora maioria.

    E então A República portuguesa foi sufragada ? Onde está o exemplo pleno de Democracia ? Ninguém com 7% deputados poderia representar a esmagadora maioria do Povo Português, se a esmagadora maioria do Povo fosse republicana a Monarquia do Norte em 1919 não teria tanto sucesso tendo em conta que a ditadura republicana já se tinha instalado.

    Não precisamos da Brigada do Reumático a lembrar o republicanismo, será que existem republicanos convictos ? a esmagadora maioria das pessoas estão pouco borrifando para isso e mesmo os que se dizem convictos nem sabem porque o são.

    São republicanos pela defesa da Igualdade ? Não há igualdade na eleição de presidentes da república, o simples facto de poder votar na eleição do Chefe de Estado não faz de mim e nem de qualquer cidadão um presidente. Há lobby’s políticos, proto-religiosos e económicos que são os trampolim pelos quais não me rejo … e a esmagadora maioria do Povo também não … Logo Não Há Igualdade de Oportunidades !

    Prefiro alguém que seja superior a isso tudo :

    – Alguém que não gastaria os 16 milhões de euros anuais que Cavaco gasta quando o Rei de Espanha e sua família só gastam 9 milhões anuais

    – Alguém que não tem passado político dando garantias de imparcialidade

    – Alguém que seja a representação da estabilidade impedido que no meio de crises de quedas sucessivas de governo se tenha de carregar em “stand-bye” e ir para eleições presidências

    – Alguém que não esteja em acções de formação de 5 em 5 anos e caladinho no primeiro mandato para depois ganhar o segundo

    – Alguém que representa uma nação e não uma fracção, Cavaco é presidente da República Portuguesa, não me parece ser presidente de todos os portugueses … até porque na sua eleição houve quase 40% de abstenção e se formos a ver só 28% da população portuguesa votou nele … sim é presidente de só 28% ! Mas a esmagadora maioria dos monarcas europeus goza de 80% de popularidade

    Estou cansado de ver o meu país em 27 nos estudos da OCDE quando segundo estudo de 2006 os países onde há mais justiça social é nas monarquias europeias e entre as 10 potências económicas 7 são monarquias …

    Razões há que sobre para ser monárquico e não republicano

    Esqueci-me de dizer que a Republica só nos deu problemas em 100 anos

    – assasinatos políticos de Sidónio Pais e de vários republicanos em 1921 com o braço armado “Formiga Branca” e Carbonária

    – 48 anos de ditadura republicana encabeçada por Salazar e presidida sempre por republicanos de proa, inclusive maçons como Marechal Carmona

    – o pão aumento 21 vezes de 1910 a 1926

    – tivemos uma 1º Guerra Mundial onde morreram milhares de portugueses porque o republicano Afonso Costa queria que o país recuperasse o prestígio perdido por ter-se tornado uma republica

    – tivemos uma Guerra Colonial e uma Descolonização estúpida com 1 milhão de portugueses perderem tudo e voltarem para o continente quando milhares de pessoas morreram em guerras civis

    Tivemos tudo … mas o Povo sempre sofreu e que eu saiba a fome continua e o desemprego também …

    Cumprimentos
    Sabe quanto custa um pão ?

    Rui Monteiro
    Militante Socialista nº34045

  • Julio Pereira

    Ser Republicano é tão natural como ser Humano, a monarquia distingue as pessoas entre as de Raça e as Rafeiras, assim como o racismo e a xenofobia, é algo que não é natural, não somos formigas nem abelhas, somos Cidadãos, iguais nas oportunidades da participação na Coisa Pública.
    A República não é perfeita, e o facto de ter conciência disso é a sua maior virtude.

    Cumprimentos,
    Júlio Pereira

  • Rui Monteiro

    A maior racista é a natureza porque é ela que nos diferencia, a culpa é de Deus ? é por isso que são republicanos e laicos ? Curem-se …

  • Julio Pereira

    Não entendo a sua concepção da natureza, se somos iguais perante Deus como poderemos ser diferentes perante os Homens, ou o Sr. acha que apenas pela ascendência genealógica poderão ser herdados poderes divinos? O seu sangue é tão vermelho quanto o meu, tal foi provado um dia na praça da Bastilha.
    Olhe o verniz…

    Cumprimentos,
    Júlio Pereira

  • Frederico Duarte Carvalho

    Caro Júlio, desde sempre o homem, como ser racional teve a necessidade de se organizar em sociedade. E para isso criou regras, leis que evoluem de acordo com os tempos. Mas há um factor comum ao longo de todos os anos, e até com paralelos na natureza: a liderança. Sempre houve uns mais iguais do que outros, mas com regras para evitar abusos. Um rei não está a cima do seu povo, antes pelo contrário. Um rei, sozinho, sem um povo que o respeite, não serve para nada. Vemos que há sociedades bem próximas de nós geograficamente e culturalmente que prosperam, pois continuam a eleger os seus primeiros-ministros, a escolher os seus governantes, mas que também sabem que acima deles há um ser humano, igual a eles – que come e defeca, tem dúvidas e defeitos -, mas que cumpre um papel único nessa sociedade: o de garantir que ninguém mais está acima dele, nem ninguém mais poderá ousar querer estar acima do povo que ele representa. Serve isto para dizer que, embora ache a Monarquia um sistema longe de ser perfeito, acredito que a Democracia portuguesa deveria evoluir para uma Monarquia Constitucional, como fez a Espanha quatro anos depois do nosso 25 de Abril – retirando assim da actual equação política a eleição do PR. Pode parecer contraditório, mas um rei, no actual plano de evolução das regras sociais, é um líder bem mais democrático do que poderá ser um PR escolhido por um partido político. Falta a Portugal saber quem poderá ser esse rei, pois não confio naquele que foi escolhido pela Ditadura e é apoiado pelos republicanos que assim conseguem perpetuar a falta de democracia em Portugal.

  • Júlio Pereira

    Caro Frederico, obrigado pela lição sobre a evolução das sociedades humanas, que como inteligentes que são, evoluem.
    Um presidente numa República é alguém legitimado pela vontade popular, o facto de estes advirem de partidos políticos é algo que tem que ser mudado, mas é um pormenor. A questão de fundo permanece, o rei não é eleito logo, eu como sufragista e republicano não lhe reconheço autoridade, gostaria até que fosse referendada a República, para lhe dar a “legitimidade” que tanto se fala.
    Até na República, infelizmente, há uns mais iguais do que outros, a diferença é que não é uma coisa normal nem legal, é algo que cresce como um abcesso na sociedade e que tem que ser extraído, mas num sistema monárquico é aceite com normalidade (por alguns), o facto de um ser Humano se considerar superior a outro ser Humano apenas por direito de nascimento.
    Como princípio, penso que concordamos em discordar.

    Cumprimentos,
    Júlio Pereira

  • João Amorim

    caro Julio Pereira

    Como sufragista que é gostava de o ver a lutar pelo sufrágio a este regime.
    Quanto ao verniz que estalou nas guilhotinas do genocídio francês ele deve ter o brilho da “autoridade” popular que professa.

    caro Rui Tavares
    Tenho pena que seja tão ressabiado nos seus argumentos. Porque é que lhe sabe tão bem dizer que os “31” são meninos-bem? Aceite. A república não é concensual.

    João Amorim

  • FLV

    Uma coisa é certa com esta questão levantada pela bandeira: os argumentos, o linguajar, as atitudes dos republicanos (ou radicais extremistas escondidos atrás da ideia republicana) não mudaram, não evoluiram, não sairam dos mesmo cliches habituais: meninos bem, “sangue azul”, “previlégios”, a apropriação de conceitos que são gerais, de toda uma sociedade e que de repente parece que são só dos “republicanos”, enfim…nenhum argumento novo.
    Apenas a habitual violência verbal, a ofensa, os argumentos toscos.

  • Rick Dangerous

    «Concensual»? Tratam tão mal a língua como a história.

  • Júlio Pereira

    Caro FLV, como poderíamos equacionar uma monarquia em Portugal se os senhores não se entendem sequer sobre quem seria o rei?
    A República fornece os meios à disposição de qualquer cidadão para que se faça ouvir e representar.
    Os senhores têm um partido político, têm representação, se não têm votos suficientes é porque as vossas ideias não têm o valor que lhes atribuem, já pensaram nisso…

    Cumprimentos,
    Júlio Pereira

  • FLV

    Caro Julio Pereira

    Vejo que anda mal informado, mas reconheço que a coumincaçao nao e o forte dos que defendem a monarquia (pelo menos a comunicaçao tal como ela e entendida, ou praticada, actualmente: soundbites, holfotes, aparenbcia e nao essencia, etc).
    Os monarquicos estao todos de acordo sobre quem e o representante da familia real (e nao so: o estado portugues tambem tem esse reconhecimento) e o partido (PPM) nao e o partido dos monarquicos (neste momento e o partido de promoçao do Camara Pereira, apenas e so).
    Se assim fosse, como exlica a divergencia entre o numero dos monarquicos e os que votam PPM.
    Infelizmente sobre esse aspecto subsiste alguma confusao e o papel de Camara Pereira apenas denigre os ideiais monarquicos.
    Cumprimentos

  • Frederico Duarte Carvalho

    Caro Júlio Pereira,
    Caro FLV,

    Como militante do PPM – ex-cabeça-de-lista ao PE e agora candidato ao Parlamento Português pelo Círculo da Europa (http://europadosportugueses.blogspot.com) -, gostaria de esclarecer algumas coisas, já que as vossas opiniões são reflexos da propaganda republicana que também contamina as relações entre os monárquicos.

    Não há um acordo quanto à pessoa que deve ser o futuro Rei de Portugal. Esse argumento, aliás, tem sido, caro Júlio, o maior “seguro de vida” da República que quase parece que só merece existir porque, do “outro lado do regime”, parece que ninguém se entende.

    Na realidade, nesta fase, é precisamente suposto não haver um acordo quanto à pessoa que deve ser o próximo Rei de Portugal. A razão é muito simples: o Rei morreu em 1932 e, como em Portugal havia uma ditadura – nem sequer era uma República – não houve nunca uma eleição ou aclamação do novo Rei em Cortes. O regime que resultou do 25 de Abril de 1974, ao contrário dos nossos vizinhos espanhóis, apenas perpetuou a Ditadura debaixo da capa da actual “República”…

    Convido os dois – e quem mais quiser – ir um dia assistir a uma reunião da comissão política do PPM. É deveras interessante, e culturalmente rico, falar de propostas para a política actual em Portugal e ter ainda de saber o que foi decidido nas Cortes de Coimbra de 1385 – pessoalmente, acho que João das Regras tomou a decisão mais acertada ao ter defendido a posição do Partido Nacionalista, que defendia os direitos de João, mestre de Aviz e filho da D. Pedro e Teresa. Entendo, contudo, que os direitos do Partido Legitimista-Nacionalista, que representava João, Duque de Valência de Campos e filho de D. Pedro e Inês de Castro, foram prejudicados por um certo exageramento quanto ao perigo castelhano. Aliás, Branca da Cunh, filha única de João das Regras, casaria quatro anos mais tarde com Afonso, primeiro senhor de Cascais e filho de João, Duque de Valência. Estava assim legitimada politicamente a descendência do filho de Pedro e Inês de Castro na linha sucessória ao trono de Portugal.

    Serve isto para dizer que, enquanto D.Duarte é actualmente tido como o legítimo representante da Família Real Portuguesa, só em Cortes é que será votado o seu nome para Rei de Portugal e nunca antes. Contudo, até lá, poderão surgir outros nomes também candidatos ao trono. É um direito democrático que se assiste a todos os descendentes do primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques. E garanto-lhes são muitos…

    O papel do PPM não é, portanto, o de dizer hoje quem deve ser o Rei de Portugal. Antes disso é preciso ser cumprido o principal objectivo político pelo qual o partido foi criado: o referendo à República. Até lá, o papel do PPM é fazer política nacional de modo a que, um dia, quando houver Rei de Portugal ainda exista um país e cidadãos livres…

    Só em caso de uma vitória do modelo da Monarquia Constitucional num referendo é que se poderá depois eleger, em Cortes devidamente eleitas pelo povo – o novo Parlamento-, um rei entre os vários pretendentes. Sendo que D. Duarte, obviamente, será um deles. Mas, não será certamente o único. Eu, por exemplo, posso apresentar um candidato que não seja nem D. Duarte ou aquele que o presidente do PPM na altura defender. Opiniões…

    Para concluir, Nuno da Câmara Pereira não tomou de assalto o partido. Ganhou eleições internas e se alguém não está satisfeito com isso e se sente deveras incomodado ao ponto de querer fazer mesmo algo para mudar a situação, tem boa solução: inscreve-se no partido e vota contra ou então ajuda outros no interior do partido a apresentar uma solução mais próxima da sua vontade. É assim que funciona a Democracia.

  • Francisco

    Quem n leu, devia, este singelo panfleto escrito por um Inglês acerca da monarquia em geral e os conflitos da coroa Britânica com as, então, 13 colónias Norte-Americanas, é muito pedagógico.

    Common Sense (às vezes tb é preciso)

    http://www.ushistory.org/Paine/commonsense/singlehtml.htm

  • FLV

    Para Frederico Duarte de carvalho.
    Acho que se enganou…as minhas opinioes nao sao reflexo de nenhuma propaganda republicana.
    Nem vem de discussoes e afirmaçoess que roçam a ignorancia como as que acabou de escrever.
    Lamento o papel triste que o PPM tem andado a fazer e vergonhoso o do seu presidente.
    Dito isto, encerro aqui este assunto.
    Melhores cumprimentos

  • Frederico Duarte Carvalho

    Caro FLV,

    Mas que ignorância demonstrei? Pode concretizar? Como diria um ex-primeiro-ministro inglês: “Estou sempre pronto a aprender, embora nem sempre goste de ser ensinado”.

    E, já agora, encerra aqui o assunto? Mas logo agora que começou? E com que autoridade? Será que não tem mais argumentos?

    Mas, se preferir continuar o diálogo noutro diálogo por uma questão de pudor, escreva-me para paramimtantofaz@gmail.com

    Se não quiser discutir mais sobre a sucessão ao trono e der por encerrado o assunto só está a fazer o favor à… República.

    Abraço

  • Rui Monteiro

    acho que todo o papel do presidente do PPM é público e bem documentado, podem ver e ler muitas coisas sobre o triunvirato Duque de Loulé, Nuno da Câmara Pereira e Poidimani aqui :

    Blogue Rei Faz de Conta : http://reifazdeconta.blogspot.com

    É mais que notório que estes senhores só trabalham em favor da causa republicana.

    O único herdeiro dos reis de Portugal com dupla varonia é D.Duarte de Bragança.
    O resto são histórias, devem estar à espera de assaltar a Fundação Casa de Bragança.

  • Rui Monteiro

    Gostaria de acrescentar de que só em republica é possível que alguém presidência da republica participe na vida partidária na criação de listas como no caso do PSD.

    Com um Rei isso nunca aconteceria e porquê ? muito simples um Rei não tem partido logo a sua imparcialidade é inquestionável mas o mesmo não se pode dizer do cidadão Cavaco Silva.

  • FLV

    Caro Frederico
    Como deve calcular, esta conversa so serve para dar razao aos republicanos.
    O seu discurso peca, a meu ver, pela questao da legitimidade.
    Para mim isso nao se poe e faço minha as palavras do Rui Monteiro.
    “O único herdeiro dos reis de Portugal com dupla varonia é D.Duarte de Bragança.”
    Essa historia das cortes virem a escolher quem lhes apetece e uma falacia do fadista Camara Pereira e da troupe de apoio ao Loule.
    Deve saber que as Cortes nao escolhiam de entre o leque dos possiveis pretedentes.
    Elas ratificavam, caso ele tivesse as qualidades necessarias.
    Mas como sugeriu…poderemos continuar esta conversa noutro local e podemos convidar o Rui Monteiro a associar-se a esta troca de ideias.
    Cumprimentos

  • carlos firmino

    Na realidade não entendo tanta repugnância á Monarquia constitucional.
    Também não entendo o facto de a Républica se apropriar dos jestos e modos da Monarquia.
    E,sendo cidadão deste país mais ainda me espanta o facto de constatar que uma grande fatia de republicanos diga-se (faixa etaria ),tem ainda uma concepção (digamos que de 1928 «está visto» ).
    Tambembem sabemos que as escolas de qualquel nivel de ensino ,aliciam as ideias ao movimento e pensamento Républicano (todo e qualquer tipo de escola ).
    A frase de que quem nasceu em republica é naturalmente republicano é defendida
    por aqueles (digo) alguns que nem sabem a Historia de Portugal ( não sendo necessario é fundamental).
    Assim quem ensina quem ?
    Realizem-se questionários de rua e o resultado é o obvio.
    O tempo apagou uma memórioa em prol de outra,mas,foi um tempo mau…muito mau, a Ditadura que cobriu a desgraça da I Républica.
    Mesmo assim com a sua ironia fizeram funerais de estado ao Rei D Manuel II e mandaram os restos de D Pedro IV para o Brazil (que lindo).
    Este País…do fado e touradas (Panteonteadas).

  • Vacas de Cujancas

    Aquilo em que os Monarquicos no Sec XXI acreditam.

    Simplesmente que, para que um país seja Républicano, da forma como os verdadeiros républicanos o imaginam, não pode haver Presidente, porque está visto e mais que visto que o Presidente por ser oriundo de uma corrente filosofica e politica nunca pode, nunca é, nunca foi nos ùltimos 100 anos, nem nos ùltimos 35, imparcial. Para quem percebe, nunca é absoluto ou seja livre de influencias. O primeiro magistrado da nação antes de ser qualquer um tem que ser Juiz da causa nacional e nunca da sua causa. Não se confunda partidos e votos com Justiça, aliás são poderes diferentes. Só um Rei, não eleito por uma parte mas escolhido por todos, pode ser suficientemente independente para julgar sem pressões, enfim para que haja Républica.

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