“O que se passa no Brasil e o que se passa nos Estados Unidos não tem só em comum o continente americano e um sistema presidencialista quase passado a papel químico. Há algo de mais profundo a unir a farsa sul-americana com a farsa norte-americana: ambos os presidentes chegaram ao poder montados num movimento que apresentava como bandeira exatamente o contrário daquilo que eles eram. Temer e Trump são o símbolo do que acontece quando a frustração popular é cavalgada pela retórica nacional-populista. Estava muito claro desde o princípio, como aqui então escrevi, que o impeachment de Dilma Rousseff não era o culminar de um movimento para combater a corrupção no Brasil. O movimento pelo impeachment de Dilma era um movimento a favor da preservação da corrupção, cavalgado pelos maiores corruptos do Brasil, sentados em cima das esperanças de muitos brasileiros. Não por acaso esse movimento se concentrou em atacar a única pessoa que, ocupando lugares de mais alto poder na política brasileira, nunca teve contra si a mínima suspeita de corrupção, Dilma Rousseff (já Lula da Silva levará sempre consigo a mácula de bastante ter feito para promover o corrupto sistema de compra de votos no Congresso).”

Aqui podem ler mais do texto de ontem no Público:

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