A desforra dos “cidadãos de nenhum lugar” – é a minha crónica de hoje no Público.

“Não admira, portanto, que a partir do primeiro “o rei vai nu!” já haja de repente muita gente a dizer o que antes calava. Mas a queda de Theresa May começou muito antes, quando tentou cavalgar a onda nacional-populista acusando os britânicos que se considerassem “cidadãos do mundo” de serem “cidadãos de nenhum lugar”. Esta aposta política pode ter parecido taticamente compensadora, mas — num país desenvolvido, com uma juventude cada vez mais educada e internacionalizada — constituiu um erro estratégico. O referendo tinha, em certa medida, criado a imagem de um eleitorado dividido entre as linhas anti-austeridade e pró-europeia. As eleições permitiram voltar a juntar essas duas linhas contra Theresa May, com Jeremy Corbyn defendendo vigorosamente a linha anti-austeridade, mas não hostilizando a linha pró-europeia, de forma a que os “cidadãos de nenhum lugar” pudessem também tirar a sua desforra e, através do voto trabalhista, meter um pau na engrenagem do Brexit mais extremista.”

(Imagem: Daily Mail Reporter)

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